Tribuna Ribeirão
Polícia

Roubo de ouro – Quadrilha usou cinco veículos e fez 8 reféns

REPRODUÇÃO/CÂMERAS DE SEGURANÇA

A quadrilha que roubou 720 quilos de ouro do terminal de cargas no Aeroporto de Cum­bica, em Guarulhos, utilizou ao menos cinco carros e fez oito re­féns em dois cativeiros, em uma ação que durou mais de 36 horas do sequestro de vítimas à fuga. A polícia estima que ao menos dez criminosos tenham partici­pado do crime.

A suspeita é que a quadrilha tenha experiência nesse tipo de crime, pois “conhece os meios de investigação policial”, segun­do o delegado João Carlos Mi­guel Hueb, da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos da Polícia Civil. Eles tentaram apagar impressões digitais nos carros usados – mas algumas digitais foram coleta­das, diz Hueb.

O valor da carga é estimado em ao menos R$ 123 milhões, se­gundo a polícia. A ação começou na manhã de quarta-feira, 24 de julho, quando um supervisor do terminal de cargas do aeroporto foi abordado pelos criminosos en­quanto guiava seu carro próximo à Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste da capital. Ele estava acompa­nhado da esposa, e os criminosos saltaram de uma ambulância.

A mulher foi obrigada a entrar na ambulância e vendada, en­quanto um dos criminosos ficou no carro com o funcionário do aeroporto. Ali, segundo a polícia, teria informado que sabia sobre a chegada de uma carga de ouro no terminal de cargas no dia seguin­te. Os criminosos orientaram o funcionário a não ir para o tra­balho na quarta, e liberaram a vítima por algumas horas. Mais tarde, ele recebeu uma ligação dos assaltantes, que mandaram ele ir até a Avenida Jacu-Pêssego novamente para encontrá-los por volta das 16h de quarta.

Dali, foram para a casa do funcionário, onde fizeram reféns também sua sogra, um casal de cunhados, seus dois filhos e o filho de um vizinho – que brin­cava com as outras crianças no momento em que os criminosos chegaram. Dois sequestradores ficaram no local com a família até o dia seguinte. Outro criminoso ficou em outro cativeiro apenas com a mulher sequestrada pela ambulância. A polícia acredita que ela ficou em cárcere privado na re­gião de Itaquaquecetuba, onde foi liberada após o assalto ser conclu­ído. O local exato do cativeiro ain­da não foi encontrado.

Fuga
Após saírem do aeroporto em carros clonados com a identifica­ção da Polícia Federal, os crimino­sos trocaram duas vezes de carro. As falsas viaturas foram deixadas no terreno de um depósito na Avenida Doutor Assis Ribeiro, na zona leste. Ali, os criminosos divi­diram a carga de 720 kg em duas caminhonetes blindadas, com placas falsas e “envelopadas” com um tecido para disfarçar a cor ori­ginal dos veículos.

O funcionário rendido, que foi levado com os criminosos mesmo após o roubo no terminal de car­gas, ajudou a fazer a transferência da carga, segundo a polícia. De lá, os criminosos seguiram para a Avenida São Miguel, a poucos quilômetros de distância. Eles dei­xaram as caminhonetes nos fun­dos de uma danceteria de forró, e seguiram viagem. Após o roubo, a polícia demorou cerca de 40 mi­nutos para chegar ao terminal de cargas. Para o delegado responsá­vel pelo caso, não houve demora.

História
O roubo entrou no rol de cri­mes que o Brasil passou a ver com uma certa frequência: os assaltos milionários. São ações de quadri­lhas armadas que, com grande planejamento, conseguem execu­tar roubos antes inimagináveis. Os métodos variam na história re­cente do País e mostram bandos cavando túneis, como no famo­so ataque ao Banco Central de Fortaleza, ou explodindo pare­des e cofres, como os que miram em transportadoras de valores. Dessa vez, no entanto, nenhum tiro foi disparado.

No caso mais recente, a polí­cia ainda procura os envolvidos e promete dar uma resposta à altura do crime, com a prisão dos crimi­nosos e a recuperação do ouro. A quadrilha roubou na tarde de quinta-feira (25), uma carga mi­lionária de ouro de dentro do Ae­roporto de Cumbica, em Guaru­lhos, onde ocorreria o embarque do material em uma aeronave. Os ladrões usaram veículos clonados com identificação da Polícia Fede­ral para entrar no local e realizar o roubo, cujo prejuízo foi estimado em R$ 123 milhões. Ninguém fi­cou ferido na ação.

Recompensa
Uma empresa de gestão de riscos ofereceu uma recompensa de R$ 150 mil a quem fornecer in­formações que levem à apreensão dos 720 quilos de ouro roubados no Aeroporto de Cumbica. Para receber o dinheiro, é preciso que a carga seja recuperada por meio das pistas fornecidas. “Haverá uma recompensa de R$ 150 mil a quem, do povo, contribuir com informações seguras e efetivas que levem à apreensão do ouro rouba­do e à autoria do crime investiga­do”, disse o consultor José Gonçal­ves Neto, que representa a Lowers & Associates International.

Ele estava na sede do Departa­mento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que investiga o roubo. A Lowers faz a consultoria de gestão de risco para o grupo de empresas resseguradoras, que ga­rantem o pagamento de seguros feito por transportadoras de valo­res. No caso, o ouro roubado havia sido entregue pela transportadora Brinks a uma empresa de trans­porte aéreo que atua no terminal de cargas do aeroporto. A carga é avaliada em mais de R$ 100 mi­lhões. Quem tiver pistas sobre o assalto deve passar as informações à Polícia Civil. Gonçalves Neto diz que os critérios para o pagamento da recompensa ainda devem ser discutidos com a Secretaria de Se­gurança Pública.

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