Tribuna Ribeirão
Cultura

‘Bossa Napolitana’ fecha festival em RP

A renomada cantora napo­litana Stella Brignola vai fechar o 4º Festival Fiato al Brasile. A apresentação é uma homena­gem a toda a comunidade ita­liana do interior de São Paulo. O espetáculo de encerramento será neste próximo domingo, 28 de julho, às 20h30, na sala prin­cipal do Theatro Pedro II, com entrada gratuita.

A cantora interpretará can­ções tradicionais napolitanas e populares brasileiras em versões estilizadas, sempre acompanha­da por quinteto de cordas, viola e violão. A direção artística do projeto é de Stella Brignola e dos maestros José Gustavo Julião de Camargo e Lucas Galon.

O concerto “Na Bossa Napo­litana” terá ainda a participação do Ensemble Fiato al Brasile, for­mado pelo maestro e violinista Reginaldo Nascimento (spalla), Ivan Rodrigues (segundo violi­no), Larissa dos Santos (viola), Ladson Bruno Mendes (cello), Danilo Paziani (contrabaixo), Julião de Camargo (viola doze cordas) e Lucas Galon (violão).

Outra atração do Fiato al Brasile é o ensemble de flautas e clarinetas, nesta sexta-feira (26), às 19 horas, na Sala de Concertos da Tulha da Uni­versidade de São Paulo (Tulha da USP), sob coordenação de Rafael Fortaleza, Domenino Banzola (Itália), Sérgio Cerri e Igor Picchi Toledo.

Neste sábado, dia 27, às 21 horas, o espetáculo de balé-cê­nico-musical “O Grande Circo Místico” rouba a cena do festi­val com o encanto de sua pro­dução que envolve orquestra, coro, solistas e balé. A obra é de Edu Lobo e Chico Buarque, sob regência de Lucas Galon. Para este concerto é necessário retirar ingressos com antecedência na bilheteria do Theatro Pedro II.

Na manhã de domingo (28), as crianças e jovens do fes­tival se reúnem em um concer­to especial envolvendo orques­tra, coro e os solistas Samuel Pompeu (saxofone) e Beatrice Rosetti (violino), sob regência de Lincoln Reuel Mendes. O evento é aberto e será às 10h30, também no Pedro II.

A Sala de Concertos da Tulha da USP fica na rua Oli­vier Toni s/nº, no campus da Universidade de São Paulo, na Zona Oeste. O Theatro Pedro II fica na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. O local tem capacidade para 1.588 pessoas, mas parte foi interditada por segurança. Atualmente conta com 1,3 mil lugares. Telefone para mais in­formações: (16) 3977-8111.

O 4º Festival Fiato al Bra­sile é uma realização conjunta da Academia Livre da Música e Artes (Alma) com a Escola Giu­seppe Sarti, de Faenza, na Itália e Departamento de Música da Fa­culdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da USP.

Conta com patrocínio da empresa Gás Brasiliano, por meio da lei de incentivo fiscal do Programa de Ação Cultural (ProAC) do governo de São Paulo, parceria de apoio cultu­ral do Monreale Hotel e apoios da prefeitura de Ribeirão Pre­to, por meio da Secretaria Mu­nicipal da Cultura, San Bruno’s e Cultura Inglesa.

Na “Bossa Napolitana”
A eclética artista Stella Brig­nola vem de Pozzuoli, da provín­cia de Nápoles, no sul da Itália. O concerto “Na Bossa Napolitana” é uma jornada nos passos de Te­resa Cristina de Borbone, uma verdadeira fusão entre a cultura napolitana e brasileira, com base em evento histórico que acon­teceu no século XIX. O projeto pretende sublinhar a importân­cia da “viagem” como conceito de aceitação, integração e parti­lha de culturas.

Se as pessoas não se mu­dassem, não haveria enriqueci­mento mútuo. Teresa Cristina de Borbone foi uma nobre na­politana dada em casamento a Dom Pedro II. O imperador enviou um navio a Nápoles para trazê-la ao Brasil. As maneiras amáveis da imperatriz, interesse pela arte, música, cultura e obras beneficentes para com os neces­sitados lhe renderam o título de “Mãe dos Brasileiros”.

No Museu Nacional do Rio de Janeiro, conseguiu presentear o Brasil com uma das maiores coleções de arte da América La­tina (uma parte da qual, infeliz­mente, foi perdida no incêndio de 2018). Também são devidas a ela melhorias na área de saúde. Infelizmente esta mulher não é adequadamente lembrada.

Sua contribuição humana, social e econômica foi muito significativa para o desenvolvi­mento do Brasil. Sua filha Isabel, chamada a “Redentora”, assinou a “Lei Áurea” que aboliu a escra­vidão no Brasil, que foi o último pais a abolir a escravatura.

Stella Brignola, natural da mesma província da imperatriz, tenta continuar modestamente o caminho da “união” traça­do pela nobre Teresa Cristina, 130 anos depois de sua morte (1889). Com isso, a artista napo­litana lança a mesma mensagem de paz através da música.

O trabalho da Stella Brigno­la é uma homenagem a todas as mulheres ignoradas que, silen­ciosamente, sustentam e embe­lezam a humanidade. É também um tributo à clássica canção na­politana, que sempre represen­tou a Itália no mundo inteiro. É uma homenagem à música bra­sileira em uma “fusão” original.

Stella com músicos brasilei­ros está trabalhando na com­posição de canções inéditas que vão completar o projeto que se espera levar para o País inteiro. Uma homenagem também a to­das as comunidades napolitanas e italianas que se desenvolve­ram no Brasil na estrada aberta por Teresa Cristina. O trabalho de Stella tem cunho histórico e pedagógico e o repertório do espetáculo reproduz as músicas do tempo da Imperatriz Teresa Cristina (1800-começo 1900).

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