Tribuna Ribeirão
Política

Cava do Bosque – Piscina continua sem aquecedores

ALFREDO RISK/ ARQUIVO TRIBUNA

A prefeitura de Ribeirão Preto revogou na segunda-feira, 22 de julho, a licitação dos aquece­dores da piscina do Complexo Elba de Pádua Lima – “Tim”, a popular Cava do Bosque. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM). O certame, que já causou muita polêmica e tem um histórico de idas e vindas, prevê a contrata­ção de empresa especializada para reforma e modernização do polo aquático do local. O argumento jurídico tem como fundamentação “a conveniência e a oportunidade para o cance­lamento”. A piscina da Cava do Bosque é utilizada pela equipe de polo aquático e alunos da escola de natação, que só terão água quente no inverno de 2020. Por meio de nota, a prefeitura informou ao Tribuna que as duas empresas habilitadas e já homologadas para as obras desistiram do processo. A desistência da Rontech, que faria a instalação dos 18 aquecedores, ocorreu por causa da necessidade de revisão das planilhas aprovadas pela gestora do contrato, isto é, a Caixa Eco­nômica Federal. Já a Alessi & Novaes, que instalaria os gradis de proteção em todo o comple­xo aquático, desistiu tendo em vista “a necessidade de nova contratação antes de receber a ordem de início dos serviços”. O valor do contrato para instala­ção dos 18 aquecedores era de R$ 145.484,00 e o dos gradis, de R$ 99.396,44. De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes (SME), as duas empresas encaminharam pedido de “distrato” – cancelamento do contrato anterior –, obrigando a publicação do despacho revoga­tório. A pasta afirma, ainda, que a partir de agora, os trâmites para contratação de ambos os serviços (instalação de aqueci­mento e gradil) serão realizados por meio de convite de preços. A previsão é que todo o processo licitatório dure cerca de 45 dias. Capítulos sem fim – A novela dos 18 aquecedores que seriam instalados nas piscinas da Cava do Bosque começou em 2014, ainda na gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) e con­tinuou no governo Duarte No­gueira Júnior (PSDB). Desde que os 18 aparelhos foram doados, cinco processos para instalação dos aparelhos foram feitos, mas nenhum foi concluído. Só para exemplificar, em 27 de abril de 2017 a prefeitura divulgou, em seu portal, que para garantir o treino de atletas e alunos das aulas de esportes aquáticos durante o inverno, por meio da Secretaria Municipal de Esportes, garantiu a volta dos 18 aquecedores doados pelo Servi­ço Social da Indústria (Sesi). Por não terem sido instalados, em 2015 o Sesi cancelou a doação e levou os aquecedores para a cidade de Rio Claro, também no interior paulista. Em 2017, a prefeitura,garantiu que a instalação dos equipa­mentos seria realizada por meio de verba proveniente da iniciativa privada ou de emenda parlamentar no valor de aproxi­madamente R$ 150 mil. Naquele ano, o deputado federal Baleia Rossi (MDB) e o vereador Igor Oliveira (MDB) anunciaram a conquista destes recursos. Câmara abriu CPI – No começo de abril deste ano, a Câmara de Vereadores instaurou Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar supostas irregularida­des na Secretaria Municipal de Es­portes de Ribeirão Preto (CPI dos Esportes). A primeira medida foi o envio de requerimento ao Exe­cutivo pedindo informações sobre todos os períodos de afastamen­tos, licenças e férias do secretário Ricardo Aguiar, com indicação dos períodos e justificativas de cada um deles. Também foi solicitado o controle de presença dos diretores técni­cos e administrativos, coordena­dores, professores, comissiona­dos, estagiários, colaboradores, terceirizados e serviços gerais e quantos e quem são os funcio­nários da pasta cedidos para ou­tros órgãos ou desempenhando outras funções desde janeiro de 2017. Nos documentos envia­dos a Prefeitura também há o questionamento de porque os aquecedores da piscina da Cava do Bosque, no Complexo Espor­tivo Elba de Pádua Lima – “Tim”, não foram instalados. Participaram do inicio da CPI os vereadores Ariovaldo de Souza, o “Dadinho” (PTB, presidente), Adauto Honorato, o “Marmita” (PR), Alessandro Maraca (MDB), Isaac Antunes (PR) e Orlando Pesoti (PDT). Entretanto, com a volta ao Legislativo de Waldyr Villela (PSD), ele assumiu o lugar de “Dadinho” na comissão, que voltou para a suplência. Em nota enviada ao Tribuna, quando da abertura da CPI, a Secretaria Municipal de Esportes informou que, nos períodos dos nove afastamentos, o secretário representou o Brasil em treina­mentos e competições com a Seleção Brasileira Olímpica de Ka­ratê, com base no artigo 84 da Lei Pelé, que lhe garante este direito. A pasta informou, também, que nos dois últimos anos conquistou importantes títulos, passando de 104 para 280 premiações. De acordo com a SME, o número de atendimento à população também aumentou em 16%, passando de 360 mil para 420 mil por ano.

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