Tribuna Ribeirão
Cultura

‘O Rei Leão’ estreia em Ribeirão Preto

Nos 25 anos que separam “O Rei Leão” original da nova versão, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 18 de julho, o mundo da animação se transformou. O primeiro, di­rigido por Rob Minkoff e Roger Allers e lançado nos Estados Unidos em junho de 1994, foi uma das últimas animações fei­tas nos moldes tradicionais, com desenhos à mão. Menos de um ano e meio depois, “Toy Story” estreava, tornando norma a ani­mação digital.

Desde então, a computação gráfica avançou bastante, como se vê neste “O Rei Leão” dirigido por Jon Favreau, da Walt Disney Feature Animation e Walt Dis­ney Picture. É tão realista que, se os animais não falassem, po­deria passar facilmente por um documentário narrado por Da­vid Attenborough. Mas Favreau fez uma ressalva numa entrevis­ta à imprensa, em Los Angeles: “Presta-se muita atenção à tec­nologia, mas, na verdade, este longa também foi feito à mão. Os animadores trabalharam em cada quadro, cada ambiente vis­to no filme, a não ser por uma tomada – que eu quero que adi­vinhem”.

“O Rei Leão” estreia nas salas de cinema de todo o no Brasil, inclusive em Ribeirão Preto – estará em cartaz nas redes UCI (RibeirãoShopping), Cinemark (Novo Shopping) e Cinépolis (Shopping Santa Úrsula e Sho­pping Iguatemi). Favreau, que de ator de comédias e diretor de filmes leves virou o fundador do Universo Cinematográfico Mar­vel com “Homem de Ferro”, já ti­nha experimentado a animação fotorrealista em “Mogli – O Me­nino Lobo”, de 2016, cuja ação se passava nas florestas indianas, mas que foi totalmente feito em Downtown, Los Angeles.

A equipe de “O Rei Leão” também jamais pisou o solo do continente africano, a não ser numa viagem de pesquisa para estudar o comportamento dos animais e as diversas paisagens que aparecem no filme. Depois disso, tudo foi feito em Playa Vista, apelidada de Praia do Si­lício, a região que concentra as empresas de tecnologia em Los Angeles. Mas o método foi um tanto diferente. “Mogli usou a mesma técnica de captura de performances desenvolvida dez anos antes para Avatar”, explicou Favreau. Agora, o cineasta resol­veu experimentar um sistema de “game engine” e tecnologia VR.

“Essencialmente, criamos um game multiplayer de cine­ma.” Em vez de usar aqueles ma­cacões cheios de pontos, os ato­res foram convidados a um cubo negro em que, com a ajuda dos óculos de realidade virtual, con­seguiam enxergar os terrenos pelos quais seus personagens estavam transitando. “Vimos a Pedra do Reino, o cemitério dos elefantes, tudo!”, disse, animado, JD McCrary, que faz a voz origi­nal do Simba criança.

Além de poderem contrace­nar de verdade, em vez de gra­var suas vozes isoladamente em cabines, os atores tiveram seus movimentos registrados pelas câmeras do diretor de fotografia Caleb Deschanel – numa ani­mação digital tradicional, nor­malmente o movimento das câ­meras e a iluminação são feitos no computador. Só depois disso os animadores começaram a trabalhar, baseando-se nas pes­quisas da vida selvagem, já que a ideia não era antropomorfizar os personagens.

“Eu acho bacana ver a tecno­logia como um convite ao pro­gresso, mas não necessariamen­te como algo que vai substituir o que existe. Acredito num equilí­brio entre inovação e tradição”, afirmou Favreau. Na história, ele optou pela tradição. Muito pouco foi alterado em relação à produção de 1994, considerada um clássico. Simba (voz origi­nal de JD McCrary na infância, Donald Glover na fase adulta) é o herdeiro do trono de seu pai, Mufasa (James Earl Jones, o úni­co que repetiu seu papel). Sua mãe é Sarabi (Alfre Woodard).

Aventureiro, um pouco ar­rogante, Simba é amigo e pro­metido de Nala (Shahadi Wright Joseph na infância e Beyoncé como adulta) e recebe lições valiosas de seu pai, como a do círculo da vida. “Acho bom fazer filmes que são globais, com cida­dãos do mundo, porque estamos verdadeiramente todos conecta­dos”, disse Donald Glover. Mas a convivência é curta: graças às ar­mações de seu tio Scar (Chiwe­tel Ejiofor), Mufasa morre no estouro de uma manada, Simba sente-se culpado e parte para o exílio, renunciando a seu papel de príncipe e curtindo a vida adoidado com Timão e Pumba (Billy Eichner e Seth Rogen). As famosas músicas, como Hakuna Matata, continuam, com a adi­ção de uma inédita, composta por Elton John e Tim Rice.

A maior mudança são as hie­nas, que eventualmente podem ser engraçadas, mas certamente são mais ameaçadoras do que no desenho original. Elas são a SS de Scar, que não está nem um pouco preocupado com a manutenção do círculo da vida e em pouco tempo destrói a na­tureza ao redor. A ressonância com os tempos de hoje é clara – como era em 1994, fazendo eco com o fim do apartheid na África do Sul. “O filme destaca as verdades na nossa vida. Não importa quem está ouvindo ou que idade tem”, disse Alfre Woo­dard. A tecnologia pode ter mu­dado muito em 25 anos, mas as mensagens de “O Rei Leão” con­tinuam valendo.

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