Os casos de sarampo confirmados no Estado de São Paulo chegaram a 384 no ano, de acordo com dados da Secretaria de Saúde computados até segunda-feira, 15 de julho. O número representa um crescimento de 86,4% em menos de 15 dias. No início do mês, os registros somavam 206 pessoas infectadas, 178 a mais. A campanha de vacinação contra o vírus foi prorrogada até o dia 16 de agosto em cidades da região metropolitana da capital.
De acordo com a secretaria, 272 dos 384 casos foram registrados na cidade de São Paulo. Santos (22), Guarulhos (17) e Santo André (15) também tiveram um número incomum de pacientes infectados. “Embora representem aproximadamente 20% da população paulista, os jovens respondem por aproximadamente metade dos casos registrados no Estado”, informou a pasta. Ribeirão Preto tem um caso, segundo a pasta estadual.
Depois de atingir o litoral, a capital e municípios da Grande São Paulo, o surto de sarampo avança pelas cidades do interior paulista. Nesta quarta-feira (17), a Vigilância Epidemiológica de Presidente Venceslau, no extremo oeste do Estado, confirmou o primeiro caso na região. A doença foi registrada em uma criança de três anos, que recebeu atendimento médico e passa bem. Na terça-feira, 16, havia sido confirmado um caso em Taubaté, no Vale do Paraíba – o primeiro em mais de 20 anos. Na cidade, outros seis casos estão em investigação.
Em todo o Estado, dos 384 casos confirmados, 69 aconteceram em 13 municípios da Grande São Paulo e 43 em dez cidades do interior. Com os novos casos já confirmados pelas prefeituras, os números do interior sobem para 45 confirmações em onze cidades. Fernandópolis, na região norte, tem onze casos confirmados. O avanço rápido da doença preocupa os serviços de saúde.
Em São José do Rio Preto, que fica na mesma região, moradores são convocados para tomar a vacina tríplice viral que protege contra o sarampo e está disponível em 27 unidades de saúde. A cidade tem cinco casos suspeitos da doença. A Secretaria Estadual de Saúde informou que monitora o comportamento da doença em todo o Estado e pode estender a campanha de vacinação contra sarampo para o interior, caso haja uma evolução maior no número de casos.
Atualmente, a campanha é realizada na capital e nos municípios de Guarulhos, Osasco, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul, na região metropolitana. A última grande epidemia de sarampo em São Paulo aconteceu em 1997, quando o Estado registrou 23.909 casos e 23 mortes. No ano seguinte, foram 252 casos, mas já não houve óbito. A doença voltou a se manifestar com mais rigor em 2011, quando foram registrados 27 casos. Depois de 97, não houve mortes atribuídas ao sarampo no Estado, segundo a pasta estadual.
Em 2018, Ribeirão Preto registrou um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência. A Secretaria Municipal da Saúde já adiantou que o vírus da doença não circula no município e não há motivo para alarde. Na campanha do ano passado, a cidade vacinou 26.675 crianças, cobertura de 88,9% do público-alvo, formado por 30.108 meninos e meninas, mas a vacinação teve continuidade nos postos do município.