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Estado vai proibir canudos plásticos

ALFREDO RISK

O governador João Doria (PSDB) sancionou a lei que pro­íbe o fornecimento de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais de São Paulo – a sanção foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). A proposta é do deputado esta­dual Rogério Nogueira (DEM) e já havia sido aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Apesar da sanção, a lei ainda não entrou em vigor porque depende de regulamen­tação, que incluirá prazo para os estabelecimentos se adequarem.

A proposta aprovada pelos deputados estabelecia o prazo de um ano para que a lei fosse implementada, mas, este artigo foi vetado pelo governador sob o argumento de que essa deter­minação é “inconstitucional”, pois a definição de prazos é de competência exclusiva do Exe­cutivo. A preocupação surgiu após conversa do governador com a senadora Mara Gabrilli (PSDB), que atua em defesa desse público.

O texto, de autoria do de­putado Rogério Nogueira (DEM), prevê multa que varia de R$ 530,60 a R$ 5.306 para os estabelecimentos que desres­peitarem a regra, com o dobro do valor em caso de reincidên­cia. O valor arrecadado com as multas será “carimbado”, isto é, destinado exclusivamente a programas ambientais.

Em sua justificativa, No­gueira afirma que a proibição tem como objetivo estimular “a produção de produtos mais sus­tentáveis e, consequentemente, a redução de resíduos preju­diciais ao meio ambiente”. No País, a primeira cidade a apro­var restrição do tipo foi o Rio de Janeiro. Além de Salvador, o Rio Grande do Norte e o Distri­to Federal são alguns dos locais que já proíbem canudinhos. Na lei estadual, há liberação da ven­da de canudos em supermerca­dos, o que garante o acesso do produto para as pessoas com necessidades especiais.

Em Ribeirão Preto, projeto que proibia a comercialização de canudos e de copos plásticos do vereador Luciano Mega (PDT), proposto no ano passado, foi rejeitado pela Câmara de Vere­adores. Na época, 22 parlamen­tares votaram contra e vários deles argumentaram, na época, que o projeto não tinha emba­samento legal. Outras cidades como Fortaleza, Camboriú (SC), Ilhabela (SP), Santos (SP), Rio Grande (RS) e todo o estado do Rio Grande do Norte já san­cionaram leis de proibição dos canudos e de outros plásticos descartáveis.

Antes da sanção, a assesso­ria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes disse que João Doria era ser favorável à medi­da e iria sancioná-la, mas havia um detalhe a ser estudado: a garantia de acesso aos canudos para pessoas com deficiência que têm dificuldade de ingerir alimentos sem eles.

Impactos
Não há dados precisos sobre o consumo de canudinhos em São Paulo A Associação Bra­sileira da Indústria de Plástico (Abiplast) afirma que apenas 0,03% dos cerca de seis milhões de toneladas de plástico produ­zidos no País por ano sejam de canudos – o que daria algo ao redor de 1,8 mil toneladas.

O diretor presidente da As­sociação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva Filho, estima que a produção to­tal de resíduos no País deve cres­cer 25% até 2050 e o tema “pre­cisa ser enfrentado com ações estruturantes e permanentes de educação e conscientização am­biental junto à população”.

Mas, segundo ele, só o bani­mento de canudinhos “concen­tra em um único item pratica­mente toda a responsabilidade pela poluição e pelos danos am­bientais decorrentes da gestão ineficiente e destinação inade­quada de resíduos sólidos”.

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