A equipe da Força Tática da Polícia Militar prendeu na noite do último sábado, 6 de julho, Flávio Targino da Silva, de 35 anos, autor dos disparos que mataram o frentista Vail Julião, de 60 anos, e causaram ferimentos no gerente João Benedito Sartori, de 65 anos, em 20 de abril, durante assalto ao Posto Mosteiro, na avenida Capitão Salomão, no Jardim Mosteiro, na Zona Leste de Ribeirão Preto.
Segundo a PM, uma denúncia anônima levou as equipes até uma casa na avenida Lafaiete Costa Couto, na Vila Albertina, na Zona Norte, onde Silva estava escondido. O local é conhecido como Favela da Zoonoses. O acusado não reagiu à prisão. “Arrependido. Estava com medo, um monte de gente querendo me matar por causa disso”, disse o acusado na delegacia depois de confessar o crime.
“A Simone chegou em mim, disse que tinha um negócio para pegar e eu fui lá”, completou Silva, explicando que ficaria com metade do valor roubado. Ele passou a madrugada de domingo (7) na Central de Flagrantes e foi levado pela manhã à Cadeia de Santa Rosa de Viterbo. A Polícia Civil informou que ele seria transferido ao Centro de Detenção Provisória (CDP) na manhã desta segunda-feira (8). Ele já estava com a prisão preventiva decretada.
No final de maio, a Justiça de Ribeiro Preto acatou os argumentos da Polícia Civil e abriu ação penal contra quatro pessoas por latrocínio consumado e tentado com base no inquérito que investiga o assalto ao Posto Mosteiro. Todos viraram réus. O inquérito policial foi concluído pelo delegado César Augusto França, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Ele entregou o relatório ao Ministério Público Estadual (MPE), que ofereceu a denúncia.
A prisão preventiva dos quatro acusados também foi decretada. Os quatro denunciados são o próprio Targino da Silva, João Luiz Galves Franco, suspeito de ser o chefe da quadrilha, a mulher dele, Ana Paula Pereira Galves Franco, e Simone Galves Franco, de 45 anos, funcionária do posto e suspeita de ter fornecido ao irmão informações sobre o transporte de um malote com dinheiro.
Dos quatro indiciados, apenas Targino Silva e Simone foram presos. Ela está na cadeia de Franca. Os demais são considerados foragidos. Micaela Rodrigues de Oliveira, de 22 anos, mulher do suposto atirador, colaborou com as investigações e foi liberada. Ela só soube do assalto através da imprensa. Simone admitiu à Polícia Civil ter passado informações privilegiadas ao irmão João Luiz em troca do pagamento de um cartão de supermercado no valor de R$ 500.
Ela trabalhava na hora do latrocínio – roubo seguido de morte – e chegou a consolar os colegas após o assassinato de Julião. A ex-funcionária disse ainda que a participação dela no crime seria apenas para informar o momento em que o malote estaria vulnerável. Nos depoimentos, ela diz estar arrependida porque não pensou que um colega poderia se ferir na ação.
De acordo com a Polícia Civil, após a divulgação das imagens ela reconheceu Flávio Targino da Silva como um amigo do irmão dela. Ela ainda informou no depoimento que o casal suspeito de arquitetar o crime fugiu de ônibus para Campinas, onde moram parentes deles. O menor que conduzia motocicleta resgatou Silva no cruzamento das ruas Hermínio Morandini com João Nutti, na mesma região do posto. Ele entrega o capacete ao assassino que sobe na garupa da moto.
Em seguida, os dois fogem com o malote roubado contendo R$ 12,6 mil rumo ao bairro Campos Eliseos. A bicicleta usada por Silva foi abandonada. O latrocida chegou ao posto, roubou o malote e efetuou o disparo que matou o trabalhador. João Luiz, a esposa Ana Paula e Targino Silva estão foragidos e são procurados, assim como o menor que pilotava a moto. Quem tiver informações que ajude a localizar os outros suspeitos pode entrar em contato pelos telefones 181, da Polícia Civil, e 190 e 197, da Polícia Militar.
O adolescente P. S. da S., de 17 anos, também é considerado foragido. Suspeito de ser o motociclista que ajudou na fuga de Targino da Silva, ele foi resgatado da Fundação Casa de Ribeirão Preto por dois homens armados na noite de 1º de julho e ainda não foi encontrado. A Polícia Militar conseguiu recapturar dois menores infratores.