Tribuna Ribeirão
Política

Sérgio Moro diz que diálogos são triviais

Foto: Agência Brasil

Apesar de seguir sem reconhe­cer a autenticidade de men­sagens atribuídas a si mesmo em supostos diálogos com o procurador Deltan Dallagnol, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tentou explicar e demonstrar em audi­ência na Câmara dos Deputados que, mesmo se verdadeiras, as comunicações não repre­sentariam crimes. “São coisas absolutamente triviais dentro do cenário jurídico”, disse. Moro leu, por conta própria, o diálogo que consta nas mensa­gens obtidas pelo site The Inter­cept Brasil envolvendo a atua­ção da procuradora da República Laura Tessler, e afirmou que não havia ali qualquer sugestão de que ela fosse substituída, ao contrário do que afirmado por deputados da oposição. “Prezado, a colega Laura Tessler de vocês é excelente profis­sional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem”, leu o ministro sobre o diálogo que ele não reconhece. “Tem aqui pedido de substituição? Aqui não tem!”, afirmou Moro, acrescentando que “pessoas têm direito a opinião, mas não têm direito a seus próprios fatos”. A afirmação de que Moro orientou a substituição da procuradora Laura Tessler porque ela não estava se saindo bem em audiências com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu de deputados como Erica Kokay (PT-DF). “É trivial orientar substituição de procurador”, disse Kokay, citan­do um termo (trivial) que o mi­nistro usou mais cedo na sessão ao dizer que os conteúdos – se verdadeiros – não eram fora do comum. Em outra ocasião que tentou explicar frases apesar de não reconhecer como dele pró­prio, Moro disse que confia em ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de maneira geral. Bastante questionado por parlamentares da oposição, o ministro da Justiça deixou sem resposta algumas perguntas. Por exemplo, se é verdadeira a informação de que a Polícia Fe­deral – ligada ao ministério – so­licitou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) rela­tório sobre atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil. O deputado José Guimarães (PT-CE) propôs que o ministro assine um termo de compromis­so para que entregue seu celular aos parlamentares. Ele desafiou o ex-juiz da Lava Jato, que con­denou e prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu queria iniciar. Vossa Excelência assinaria essa declaração para a imprensa, nos termos que o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) propôs entregando o seu celular para esta Comissão de Consti­tuição e Justiça ou para algum órgão de investigação? Por que eu coloco isso? Para a verdade ser restabelecida. Vossa Exce­lência fala: eu não lembro, eu não sei”, afirmou, referindo-se a palavras do próprio Moro. José Guimarães prosseguiu. “‘Eu não tenho mais as mensa­gens’. É fácil, assine. Ao assinar, Vossa Excelência está firmando um compromisso com a ética e com a verdade”, concluiu o petista. Moro respondeu. “Sobre declaração, desculpe, deputado, mas aí é um puro teatro. Eu já respondi aqui no início dizendo que em 4 de junho meu aparelho celular sofreu uma tentativa de ataque. O aparelho foi entregue à Polícia Federal para perícia. Quer que eu entregue de novo? Está na PF, realizando exame. Em algum momento vai chegar laudo pericial sobre o aparelho. Não tenho nada a esconder.”

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