Parte da América do Sul e do Oceano Pacífico pôde observar, no final da tarde desta terça-feira, 2 de julho, por volta das 17 horas, um dos fenômenos mais interessantes da astronomia: o eclipse total do Sol, que ocorre quando a Lua fica entre a Terra e o Sol, ocultando total ou parcialmente a luz solar em uma faixa terrestre.
Em Ribeirão Preto, o eclipse foi parcial, como ocorreu na maior parte do Brasil, mas as imagens foram flagradas pelo fotógrafo Alfredo Risk com a ajuda da tecnologia, já que a olho nu a observação fica mais difícil por causa da poluição e das luzes da cidade. O fenômeno foi visto com clareza em uma estreita faixa no Chile e na Argentina. Ainda assim, está sendo chamado de “o grande eclipse latino-americano” e “o evento astronômico do ano”.
Uma peculiaridade tornou o evento ainda mais interessante e raro neste ano. A sombra projetada na Terra passou pelo observatório La Silla, no Chile – um dos mais importantes do mundo, localizado a uma altitude de 2,5 mil metros, livre da poluição visual produzida pelas luzes das cidades. A expectativa é que as imagens produzidas da coroa solar ajudem a avançar os estudos sobre a atmosfera, ventos solares e forças gravitacionais, entre outros.
Esta foi a terceira vez em 50 anos que um eclipse passa por espaços com grades telescópios. Em 1961 ele passou pelo L’Observatoire de Haute-Provence, na França; e em 1991, em Mauna Kea, no Havaí. “A observação e o registro de eclipses solares ainda hoje são importantes para o estudo da coroa solar, cujas características não são totalmente compreendidas e o comportamento é importante para prever o clima espacial”, diz o pesquisador Eugênio Reis, do Observatório Nacional.
“A ejeção de massa coronal em direção à Terra é um fenômeno que pode danificar nossas redes elétricas, telecomunicações e satélites”, explica. “Apesar de a coroa solar brilhar milhões de vezes menos do que a fotosfera solar, um eclipse total do Sol é uma ótima oportunidade para estudá-la”, diz.
No Brasil, o fenômeno foi visto em alguns estados, mas apenas de forma parcial. O Observatório Nacional informa que os lugares com melhor visualização foram Porto Alegre (RS), onde o Sol teve 75% de sua área sombreada pela Lua; Florianópolis (60%), Curitiba (55%), Campo Grande (46%), São Paulo (46%) e Rio de Janeiro (40%). O próximo eclipse total do Sol só poderá ser visto em 12 de agosto de 2045 no Nordeste brasileiro.