Tribuna Ribeirão
Política

Câmara vota LDO com 144 emendas

Fachada da Câmara Municipal de Ribeirão Preto - Foto Alfredo Risk

A Câmara de Vereadores vota nesta terça-feira, 2 de julho, em sessão extraordinária marcada para as 16 horas, a Lei de Dire­trizes Orçamentárias (LDO) de 2020. Segundo a prefeitura de Ribeirão Preto, a receita total esti­mada é recorde e chega a R$ 3,390 bilhões, 4,4% superior ao valor de R$ 3,247 bilhões previsto para este ano, acréscimo de R$ 143 milhões.

Catorze vereadores e a Co­missão de Finanças Orçamento, Fiscalização, Controle e Tributária do Legislativo apresentaram 144 emendas ao projeto do Execu­tivo que juntas somam cerca de R$ 44,92 milhões, uma despesa correspondente a 1,32% do valor original apresentado pela Secreta­ria Municipal da Fazenda. Os três parlamentares com mais propos­tas são Jean Corauci (PDT, com 43), Alessandro Maraca (MDB, com 30) e Otoniel Lima (PRB, que totalizou 16).

Já os que propuseram mais remanejamento de valores foram Otoniel Lima (R$ 18,33 milhões), Alessandro Maraca (R$ 8,33 milhões) e Igor Oliveira (MDB, com R$ 5,1 milhões (veja o ranking nesta página). Segun­do o projeto da Secretaria Mu­nicipal da Fazenda, a receita da administração direta estimada para 2020 é de R$ 2,569 bilhões, cerca de 7,7% acima dos R$ 2,385 bilhões de 2019, aporte de aproxi­madamente R$ 184 milhões.

Representa cerca de 75,8% da previsão total de arrecadação. No entanto, a pasta responsável pelas finanças considera um desconto de R$ 45 milhões referente à uma operação de crédito do Departa­mento de Água e Esgotos de Ri­beirão Preto (Daerp). Neste caso, a receita de 2020 da prefeitura seria 5,82% superior à deste ano.

Destes valores, depois de des­contadas as transferências obriga­tórias, incluindo o repasse de R$ 300 milhões ao Instituto de Pre­vidência dos Municipiários (IPM) e cerca de R$ 73,11 milhões da Câmara de Vereadores, além dos valores vinculados, a receita líqui­da da administração direta a ser alocada entre as secretarias mu­nicipais é de R$ 1,155 bilhão. Para 2021, a Fazenda projeta receita de R$ 2,606 bilhões para a prefeitura, alta de 1,42% em relação ao mon­tante previsto para o ano que vem, acréscimo de aproximadamente R$ 37 milhões.

Na LDO de 2019, pela primei­ra vez em 162 anos de história da cidade, a previsão de receita con­solidada passou de R$ 3 bilhões. O grande desafio do município é discutir metas fiscais para viabi­lizar novas ações e realizações no próximo ano, como a construção de escolas, ampliação dos atendi­mentos em saúde, recapeamento asfáltico entre outros. A LDO é um instrumento de planejamento do orçamento municipal de prer­rogativa e iniciativa do Executivo, estabelecendo um elo entre o Pla­no Plurianual (PPA) e a Lei Orça­mentária Anual (LOA), definindo o direcionamento de recursos para atividades essenciais cuja in­terrupção possa vir a prejudicar a ordem pública.

Em 4 de setembro do ano passado, a Câmara de Ribeirão Preto acatou os vetos do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) a 230 emendas apresentadas por vereadores à LDO de 2019, aprovada pelo Legislativo em 14 e 21 de junho depois de duas sessões extraordinárias. A maio­ria das propostas foi barrada pelo Executivo, segundo publi­cação no Diário Oficial do Mu­nicípio (DOM) de 18 de julho.

O tucano vetou 98,7% das emendas parlamentares e san­cionou a LDO “parcialmente”. De um total de 234 propostas, 230 foram retiradas do texto – três foram sancionadas e uma já havia sido extraída pelo autor antes da votação. As sugestões apresentadas pelo Legislativo somavam R$ 399,42 milhões, 12,3% da receita recorde estima­da, de R$ 3,247 bilhões.

Em 7 de março, a Câmara acatou o veto do prefeito a 283 das 284 emendas apresentadas por vereadores e pela Comissão de Finanças à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019, ou 99,6% do total – apenas uma foi apro­vada. As propostas apresentadas por 14 parlamentares e pela co­missão somavam cerca de R$ 159,94 milhões, o correspon­dente a 5% do total da receita es­timada na LOA deste ano, de R$ 3,173 bilhões – o maior valor da história de Ribeirão Preto.

No ano passado, Alessandro Maraca (MDB) chegou a apresen­tar uma proposta de emenda à Lei Orgânica do Município (LOM) que previa “emendas individuais ao projeto de lei orçamentária” e destinava cerca de R$ 27 milhões da receita de Ribeirão Preto para atender sugestões de vereadores, o chamado “orçamento imposi­tivo”. Seis entidades de classe da cidade repudiaram a iniciativa e o emedebista decidiu retirar o projeto da pauta.

As emendas por vereador
Jean Corauci (PDT) – 43
Alessandro Maraca (MDB) – 30
Valor total: R$ 8,33 milhões
Otoniel Lima (PRB) – 16
Valor total: R$ 18,33 milhões
Jorge Parada (PT) – 11
Valor total: R$ 3,56 milhões
Orlando Pesoti (PDT) – 11
Valor total: R$ 3,954 milhões
Igor Oliveira (MDB) – 09
Valor total: R$ 5,1 milhões
Paulinho Pereira (PPS) – 04
Valor Total: R$ 1,2 milhão
Marcos Papa (Rede) – 04
Comissão de Finanças – 04
Valor total: R$ 2,7 milhões
Fabiano Guimarães (DEM) – 04
Renato Zucoloto (PP) – 03
Valor total: R$ 1,25 milhão
Luciano Maga ( PDT) – 02
Valor total: R$ 500 mil
Glaucia Berenice (PSDB) – 01
Rodrigo Simões (PDT) – 01
Marco Antônio Di
Bonifácio, o “Boni” (Rede ) – 01
Total de emendas: 144
Total em valores: R$ 44.924.000,00
Obs.: as emendas de alguns verea­dores não têm os valores definidos e algumas não oneram o orçamento

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