Tribuna Ribeirão
Saúde

RP tem mais duas mortes por gripe

ALFREDO RISK

Ribeirão Preto já soma, neste ano, três óbitos em de­corrência dos vírus H1N1 e H3N2 da influenza – “gripe A ou suína”. Além do homem de 37 anos, portador de doença neurológica que não tomou a vacina e morreu em 23 de ju­nho, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) anunciou nesta segunda-feira, 1º de julho, que um senhor de 90 anos e uma mulher de 48 também falece­ram após a infecção viral.

O homem de 37 anos mor­reu em um hospital da cida­de depois de mais de 20 dias de internação – deu entrada no setor de isolamento em 1º de junho e foi a óbito no dia 23 após contrair o H1N1. Na mesma data, uma paciente de 48 anos, portadora de diabetes e vacinada contra a influenza em 2019, morreu vítima do mesmo vírus. Segundo a se­cretaria, no dia 9 do mês pas­sado um paciente de 90 anos, portador de doença pulmonar crônica e que não foi imuniza­do, morreu de H3N2.

Havia quase um ano que a cidade não registrava óbito causado por algum dos vírus da gripe. No ano passado, du­rante quatro meses seguidos, a Secretaria Municipal da Saúde contabilizou 23 mortes em Ribeirão Preto por causa de H1N1 e H3N2 – a popular “gripe A” ou “gripe suína”. Des­de agosto, porém não houve mais óbitos na cidade. Segun­do o Boletim Epidemiológico da SMS, os óbitos ocorreram em abril (um caso), maio (seis), junho (sete) e julho (nove).

Em 2017 não foi constata­do nenhuma morte na cidade, mas em 2016 doze moradores faleceram – em 2018 foram onze a mais, quase o dobro, crescimento de 91,6%. Neste ano, até esta segunda-feira, 1º de julho, a cidade já registrou 17 casos de influenza e 151 investigados já foram confir­mados no município – três de Flu A não subtipado, três de Flu B, sete de H1N1 e mais quatro de H3N2. O muni­cípio fechou o ano passado com 104 ocorrências de Sín­drome Respiratória Aguda Grave provocadas por algum tipo de variação do vírus in­fluenza, 63 a mais que os 41 de 2017, alta de 153,6%.

A diretora do Departamen­to de Vigilância em Saúde e Planejamento, Luzia Márcia Romanholi Passos, alerta a população a aproveitar a ex­tensão da vacinação e procurar os postos da cidade. “Somente a imunização garante a prote­ção contra a doença e a dimi­nuição do risco de transmissão para outras pessoas. Portanto, solicitamos à população, às famílias de nossa cidade, que procurem os postos de vacina­ção para se imunizarem”.

“É fundamental que a po­pulação procure os postos de saúde para se vacinar, lem­brando que a vacina protege não somente contra a gripe, mas também casos graves que podem levar a internações e até à morte”, orienta Mayra Fernanda de Oliveira, coor­denadora do programa de Imunização da Secretaria Mu­nicipal de Saúde. Segundo re­comendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina de 2019 previne a po­pulação-alvo contra o vírus in­fluenza dos tipos A (H1N1), A (H3N2) e B.

O mais recente balanço da campanha de vacinação con­tra o vírus influenza (gripe) em Ribeirão Preto, divulgado pelo Programa de Imuniza­ção da Secretaria Municipal da Saúde em 17 de junho, aponta que a cidade já vaci­nou 187.203 pessoas, sendo 161.189 dos grupos prioritá­rios e 26.014 da população em geral, que desde o dia 3 tam­bém tem acesso às doses.

Desde o início da campa­nha, em 10 de abril, a cobertu­ra é de 85,7% do público-alvo – faltam 26.783 (ou 14,3%) – nas contas do Tribuna. No entanto, 26.014 ribeirão-pretanos que não estão no rol de prioridade também já foram imunizados, elevando o total para 183.203. O público-alvo da campanha é composto por 187.972 pessoas – número que corresponde a 90% da população dos grupos prioritários, de 208.858 ribei­rão-pretanos.

Considerando este total, a cobertura chega a 89,6%, já computadas as 26.014 que não estão nos grupos de risco. Fo­ram vacinadas 25.782 crian­ças (62%), 22.893 trabalha­dores da saúde (73,5%), 3.837 gestantes (63,6%), 1.287 puér­peras (mulheres que deram à luz há até 45 dias, 129,8%), 4.528 professores (107%), 70.908 idosos (90,7%), 31.943 pessoas com comorbidades (68,3%) e onze indígenas.

Os grupos prioritários são formados por crianças de seis meses a menores de seis anos (41.530), trabalhadores da saú­de (31.156), gestantes (6.028), puérperas (991), idosos com 60 anos ou mais (78.172), pessoas com comorbidades, doenças crônicas e imunossu­pressão (46.750) e professores e funcionários das redes pú­blicas (municipal e estadual) e privada (4.231), bombeiros e policiais militares – não havia nenhum indígena no relatório.

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