Tribuna Ribeirão
Política

O estilo ‘gasparinista’ de fazer política

ALFREDO RISK

Em seu segundo mandato o vereador Maurício Gaspa­rini (PSDB) é um defensor entusiasta da Região Metro­politana de Ribeirão Preto. Presidente da Comissão Per­manente de Assuntos Me­tropolitanos do Legislativo ribeirão-pretano, ele afirma que tem trabalhado para a união de todos os vereadores dos 34 municípios que a inte­gram por meio do Parlamen­to Regional Metropolitano de Ribeirão Preto, criado e pre­sidido por ele.

Filho do ex-prefeito e de­putado Welson Gasparini, o parlamentar afirma que sua grande missão é dar conti­nuidade ao estilo gasparinista de se fazer política. Em en­trevista ao Tribuna afirmou que para isto conta com a participação efetiva do pai a quem atribui o papel de men­tor, conselheiro e, acima de tudo, “espelho e norte na vida pública”, diz.

Tribuna – O senhor é con­siderado um político aliado ao prefeito Duarte Nogueira. Que avaliação faz da atual ad­ministração?
Maurício Gasparini – Em virtude de toda dificuldade financeira encontrada, pelos motivos que todos conhe­cem bem, penso que o pri­meiro passo do governo foi o saneamento administra­tivo e econômico de nossa administração, o que já está bem adiantado. Agora, com a abertura que o prefeito tem nos governos estadual e fede­ral as obras, principalmente de infraestrutura, começa­ram a ser executadas. Ainda existem muitas que precisam de adequação e melhorias, mas temos que continuar colaborando para que isso aconteça.

Tribuna – Em sua avalia­ção no que o atual governo municipal errou e no que ele acertou até o momento?
Maurício Gasparini – O começo foi muito difícil. Tí­nhamos uma cidade muito machucada. As relações ins­titucionais entre o Legislativo e o Executivo estavam em xeque. Portanto, esse cená­rio colaborou para um dos defeitos detectados, que foi a falta de diálogo entre os dois poderes. Mas com o passar do tempo, hoje sinto que este clima acabou. A principal missão que é o resgate ad­ministrativo e financeiro da máquina pública, o governo está cumprindo e muito bem. Tenho certeza que, em breve, sentiremos o resgate da qua­lidade de vida, que é o que todos nós mais almejamos.

Tribuna – Como o senhor classifica a atual Câmara Mu­nicipal no que diz respeito a atuação parlamentar?
Maurício Gasparini – Esta legislatura conseguiu grandes avanços. Um deles foi a transparência. Somos uma Câmara nota 10 neste quesito, segundo a Promoto­ria Pública do Estado de São Paulo. Outra conquista que merece destaque é a econo­mia desta legislatura. Só no ano passado foram devolvi­dos mais de R$ 20 milhões.
Terminamos a constru­ção do Anexo da Câmara de forma responsável e a obra será entregue ainda este ano. Eliminamos o Regime de Tempo Integral, as chamadas RTIs e acabamos com as in­corporações nos salários. Eli­minamos dezenas de cargos gerando uma grande econo­mia para os cofres públicos, sem prejuízo do atendimen­to à população e ao trabalho e desempenho do vereador. Igualamos os gabinetes dos vereadores em número de as­sessores e limite de despesas. Temos muitas metas ainda a serem cumpridas, mas penso que o Legislativo de nossa ci­dade caminha bem.

Tribuna – Como membro do grupo minoritário do Le­gislativo que dificuldades o senhor tem encontrado para realizar seu trabalho?
Maurício Gasparini – Sinceramente, não existe hoje na Câmara este grupo mino­ritário. Isso ocorre somente no momento da eleição da presidência da Casa, o que eu acho salutar para o Legislati­vo. A partir do momento que foi escolhido o presidente, a Câmara tem trabalhado uni­da e com total independên­cia procurando o bom deba­te nas questões primordiais para o desenvolvimento de nossa cidade.

Tribuna – Quais são os projetos de sua autoria que o senhor considera mais rele­vantes para a população?
Maurício Gasparini – Destaco leis como a do “Teste da Linguinha”, uma lei que hoje se tornou nacional e é meu maior orgulho. Come­çou aqui em Ribeirão, nasceu em nosso gabinete e tomou conta do país. Tem também o “Teste do Pezinho” que de­termina que todo nascituro faça esse teste como protoco­lo de saúde preventiva. Outra Lei, essa na área do combate à Violência contra Mulher que teve nossa participação efeti­va através de uma indicação, instituiu a Patrulha Maria da Penha em nossa cidade. Ainda cito a que obrigou os bancos a instalarem em sua área externa câmeras de mo­nitoramento, isto fez com que o crime da “saidinha de ban­co”, praticamente zerasse em nosso município. Além disso, penso que a criação da Co­missão Permanente de Segu­rança Pública foi uma grande conquista para nossa cidade. Criamos também o Parla­mento Regional Metropolita­no e tenho certeza de que es­tou construindo aos poucos – e com muito trabalho – um legado de grandes avanços, não só para Ribeirão, como também para a nossa Região Metropolitana.

Tribuna – O senhor é Pre­sidente da Comissão Perma­nente de Assuntos Metropo­litanos da Câmara. No que a criação da Região Metropoli­tana vai beneficiar os municí­pios de nossa região?
Maurício Gasparini – Os benefícios serão muitos. Mas ainda temos que vencer algu­mas etapas. Só para exempli­ficar, essa semana esteve em Ribeirão Preto o secretário estadual de Desenvolvimen­to Regional, Marco Vinholi, anunciando que em agosto o governador João Dória vai enviar para a Assembleia Le­gislativa, o projeto de lei que institui o Gabinete Adminis­trativo da Região Metropoli­tana e que cria o Fundo que será composto com verbas do Estado e dos municípios.
Somente depois disso, te­remos reflexos reais.
Mas tanto o Parlamen­to Regional Metropolitano, composto pelas 34 câmaras municipais, ao qual tenho a honra de ser presidente, quanto o Conselho compos­to pelos 34 prefeitos estão trabalhando com câmaras temáticas buscando políticas públicas que irão impactar de forma muito positiva o fu­turo de todas as cidades que compõem nossa grande Re­gião Metropolitana.

Tribuna – Seu pai, o ex-deputado Welson Gasparini, teve uma trajetória política considerada nos meios políti­cos como marcante. O senhor pretende dar continuidade ao seu legado?
Maurício Gasparini – Esta é a minha grande mis­são e objetivo de vida. Dar continuidade ao estilo Gas­parinista de se fazer política. Para isso continuarei contan­do com a participação efetiva do meu pai que continua fir­me e forte nos bastidores da política, sendo meu mentor, conselheiro e acima de tudo meu espelho e norte na vida pública.

Tribuna – Como o senhor se sente quando um proje­to de sua autoria, como o de tornar um lote de árvores da região do Jardim Canadá imune a corte, é vetado pelo prefeito que também é do seu partido?
Maurício Gasparini – Quando um projeto nosso e vetado pelo prefeito ou não é aprovado por nossos pares, num primeiro momento me sinto frustrado, mas logo esse sentimento muda. Na verda­de, me sinto desafiado. Acei­to o desafio e sigo em frente em busca de novas alterna­tivas para atingir o objetivo proposto. Tem dado certo. E tenho certeza que não será diferente com o Jardim Ca­nadá. Quanto a este assunto específico em breve teremos boas notícias. Realizamos uma reunião com represen­tantes do bairro e o secretá­rio municipal de Governo e saímos já com uma alternati­va viável. Vamos vencer este desafio juntos.

Tribuna – O senhor é fa­vorável à redução no número de vereadores para vinte e dois parlamentares na próxi­ma legislatura?
Maurício Gasparini – Sim.

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