Tribuna Ribeirão
Polícia

Atropelamento – TJ/SP reduz pena de ‘Deco’ para 9 anos

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) decidiu, na última terça-feira, 25 de junho, reduzir de 20 para nove anos a pena imposta por um júri po­pular a Alexandre Ferreira da Costa, de 46 anos, conhecido como “Deco”. Ele foi condena­do em 5 de dezembro por ho­micídio doloso – apesar de não ter a intenção de matar o mo­tociclista Danilo Braga Eroico, de 33 anos, ele sabia dos riscos ao desrespeitar o sinal verme­lho no cruzamento da avenida Meira Júnior com a rua Henri­que Dumont, no Jardim Mos­teiro, Zona Nordeste de Ribei­rão Preto, na madrugada de 27 de novembro de 2017.

Ao aprovar o benefício de redução da pena, o desem­bargador-relator “parcial pro­vimento ao recurso e, assim o fazia, para excluída a qua­lificadora, declarando, como incurso no artigo 121, reade­quando-se a primeira fase do cálculo, reduzir a pena corpo­ral imposta a Alexandre Fer­reira da Costa para nove anos de reclusão”. O advogado de defesa do réu, Hamilton Pau­lino Pereira Junior, vai pedir a progressão da pena de seu cliente para o regime semia­berto. “Deco” já cumpriu um sexto da sentença.

Costa cumpre a pena em regime fechado. Em dezembro, pouco mais de um ano após o acidente, ele saiu algemado do Tribunal do Júri e das Execu­ções Criminais do Fórum Es­tadual de Justiça. O julgamento durou cerca de oito horas. Ao todo, a juíza Marta Rodrigues Maffeis Moreira, da 1ª Vara do Júri de Ribeirão Preto, e as sete pessoas que formaram o júri popular acompanharam o de­poimento de dez testemunhas de defesa e acusação, além do próprio réu.

O designer gráfico e joga­dor do Botafogo Challengers, Danilo Braga Eroico, que com­pletaria 34 anos um dia antes do julgamento, morreu vítima da imprudência de Costa. Ele foi atingido pela Chevrolet Spin prata de “Deco” na con­fluência da rua Henrique Du­mont com a avenida Meira Júnior. A câmera de segurança de uma loja registrou o mo­mento que sua moto colidiu com o carro do acusado, que não respeitou o sinal verme­lho. Com o impacto, Eroico foi violentamente arremessado ao solo. O motorista do veículo envolvido na ocorrência parou o carro e fugiu em seguida sem prestar socorro à vítima.

A imagem registrada na câmera de segurança foi dispo­nibilizada para a Polícia Civil, que iniciou as investigações com base na prova obtida pela gravação. O carro de “Deco” foi apreendido no mesmo dia, na casa da mãe, no Parque Avelino Alves Palma. A mu­lher contou que o filho disse que levaria o veículo a uma ofi­cina mecânica no dia seguinte.

“Deco” já tem passagens pela Justiça por tráfico de dro­gas e homicídio do travesti co­nhecido como “Paulete”, iden­tificado como Paulo Vicente Lopes da Silva, no Quintino Facci I, na Zona Norte da cida­de, em fevereiro de 2014 – foi absolvido em outubro do ano passado, mas o Ministério Pú­blico Estadual (MPE) recor­reu. Na época, Costa alegou à polícia que agiu em legítima defesa após se envolver em uma briga.

Ele e Denner Oliveira da Silva, foram denunciados pelo assassinato de “Paulete”. Os dois teriam matado a travesti com onze facadas “motivados” por cobrança de uma diária avaliada em R$ 20 pela ocu­pação do “ponto”, segundo a denúncia oferecida pelo MPE. “Deco” foi citado durante a Operação Cinderela, em abril deste ano, deflagrada pela Po­lícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF).

A força-tarefa investiga casos de exploração sexual e situação análoga a escravidão envolvendo transexuais em Ri­beirão Preto e região. Quando foi preso, Costa alegou que não parou para socorrer Eroico porque pensou ter batido em um carro e não viu a vítima no asfalto. “Eu pensei que fosse um carro que passou em mim, eu juro. Eu olhei no retrovisor e não vi, pensei que o carro ti­nha ido embora”, disse, negan­do que estivesse embriagado no momento da colisão.

“O que aconteceu comigo poderia ter acontecido com qualquer pessoa, foi um aci­dente. Ninguém entende que foi um acidente de um segun­do? Um segundo. Ele veio a 130 [quilômetros] por hora e bateu em mim”, justificou o motorista. Costa diz que não se entregou à polícia após a di­vulgação das imagens porque foi ameaçado e nega a tentativa de fuga, afirmando que estava na rodoviária esperando o ad­vogado, quando foi preso em 11 de dezembro.

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