O novo modelo de Cadastro Positivo, que entra em vigor a partir do próximo dia 9 de julho, poderá injetar R$ 353 bilhões na economia paulista e possibilitar acesso ao crédito para um contingente adicional de cerca de cinco milhões de consumidores, o que representa mais de 10% da população total. Os números fazem parte de desdobramento, por estado, de estudo realizado pelo setor, a pedido da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), que também concluiu que, no Brasil, o novo CP tem potencial de inserir até 22 milhões de consumidores no mercado de crédito, além de mais de R$ 1,1 trilhão na economia nacional.
De acordo com a pesquisa ampliada, o estado de São Paulo, com 42,4% de inadimplentes, apresenta um índice maior que a média brasileira, que é de 40,3%. E a exemplo do que deve ocorrer no resto do país, o novo Cadastro Positivo tende a promover uma redução de até 45% na inadimplência no estado. Isso tende a ocorrer porque o novo CP vai promover a inclusão automática de todos os consumidores, formar um histórico de pagamento de cada cidadão, seja de crédito recebido ou de serviços continuados (água, energia elétrica, gás e telefonia), e estabelecer uma nota de crédito com base neste histórico.
Ou seja, o modelo valoriza os pagamentos realizados, os dados positivos – e não somente eventuais dívidas não pagas ou em atraso. Segundo o estudo, a Região Sudeste tem 41,8% de inadimplentes, cerca de nove milhões de pessoas que podem injetar R$ 577 bilhões na economia. São Paulo tem 42,4% de inadimplência e 4,95 milhões de devedores, com potencial de R$ 353 bilhões. No Brasil, são 22,1 milhões de inadimplentes, taxa de 40,3% e R$ 1,14 trilhão de potencial.
“A adição de mais pessoas ao mercado de crédito, a ampliação do crédito para quem já está no mercado e a confiabilidade da nota de crédito como base para a concessão de crédito têm potencial de baixar os juros dos empréstimos e financiamentos”, observa Elias Sfeir, presidente da ANBC. Ele acrescenta que os principais benefícios são sociais porque haverá uma redução da inadimplência pela prática de taxas de juros mais justas e porque o estímulo ao mercado de crédito é fundamental para estimular as economias locais e gerar empregos.
Outro ponto a se destacar em relação ao novo CP é a melhoria de crédito para as classes C, D e E. Segundo Sfeir, o cadastro positivo aumenta a nota de crédito para cerca de 60% desta população. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelam que, em média, as dívidas em atraso dos inadimplentes superam em mais de três vezes o salário mínimo atual do país. De acordo com o indicador, o inadimplente brasileiro encerrou o último mês de maio com uma dívida média de R$ 3.239,48, somando todas as pendências em seu nome.
Segundo a Serasa Experian, o número de inadimplentes em Ribeirão Preto aumentou 10,4% em abril deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, de 241.259 para 266.374, com 25.115 devedores a mais. Significa que 38,3% da população da cidade, estimada em 694.534, segundo o IBGE, tem alguma conta em atraso. A média municipal de elevação dos débitos é superior à nacional (3,1%) e á estadual (5,9%). Com base no valor médio das dívidas, de R$ 3.239,48, e considerando que cada ribeirão-pretano inadimplente tenha apenas um débito, o montante chega a R$ 862.913.245,52.
Sobre a ANBC
A Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável do crédito no Brasil. A entidade congrega os birôs de proteção ao crédito que atuam no território brasileiro e mantém relacionamento com associações internacionais para promover as melhores práticas do setor.