Tribuna Ribeirão
Economia

Crescimento Mercado projeta PIB abaixo de 0,9%

A estimativa do mercado fi­nanceiro para o crescimento da economia segue em queda. É o que mostra o boletim Focus, resultado de pesquisa semanal a instituições financeiras, feita pelo Banco Central(BC) e divul­gada nesta segunda-feira, 24 de junho, em Brasília. A projeção para a expansão do Produto In­terno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produ­zidos no país – desta vez foi re­duzida de 0,93% para 0,87%.

Há quatro semanas, a pre­visão era de 1,23%. Esta foi a 17ª redução consecutiva. A ex­pectativa das instituições finan­ceiras é que a economia tenha crescimento maior em 2020 – de 2,20%, a mesma da semana passada. A previsão para 2021 e 2022 permanece em 2,50%.

Inflação
A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Am­plo (IPCA), caiu de 3,84% para 3,82% este ano, na quarta redu­ção seguida. A meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25%, com intervalo de tole­rância entre 2,75% e 5,75%. Há um mês, estava em 4,07%.

A projeção para 2020 caiu de 4% para 3,95%. A meta para o próximo ano é de 4%, com intervalo de tolerância 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2021, o cen­tro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022. A previsão do mercado financeiro para a inflação em 2021 e 2022 per­manece em 3,75%.

Consumidor
A expectativa mediana dos consumidores brasileiros para a inflação nos próximos doze meses ficou em 5,4%, segun­do estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) neste mês. O percentual é o mesmo registrado pela pesquisa de maio deste ano. Em junho do ano passado, no entanto, a taxa havia ficado em 5,2%.

O levantamento é feito com base em entrevistas com consu­midores brasileiros, que respon­dem à pergunta: “Na sua opi­nião, de quanto será a inflação brasileira nos próximos 12 me­ses?”. A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE), acu­mulava, em maio deste ano, taxa de 4,66% em 12 meses.

Preços administrados
O Relatório de Mercado Fo­cus indicou nesta segunda-feira manutenção na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o in­dicador este ano seguiu em alta de 5,20%. Para 2020, a mediana permaneceu em alta de 4,40%.

Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,28% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,40% em 2020. As projeções atuais do BC para os preços adminis­trados, no cenário de mercado, indicam elevações de 5,3% em 2019 e 5,0% em 2020.

Taxa básica de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, mantida em 6,5% ao ano, na última semana pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Ao final de 2019, as institui­ções financeiras esperam que a Selic esteja em 5,75% ao ano, a mesma perspectiva da semana passada. Para o fim de 2020, a expectativa para a taxa básica volte para 6,5% ao ano, e, no fim de 2021, chegue a 7,5% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, redu­zindo o controle da inflação e es­timulando a atividade econômi­ca. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, a finalidade é conter a de­manda aquecida, e isso causa re­flexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

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