Tribuna Ribeirão
Cultura

‘Ajeum’ em cartaz no Memorial UGT

O Núcleo Djalma Moura de Danças traz para Ribeirão Preto seu mais novo espetáculo, “Ajeum”, que desde esta sexta-feira (21) está em cartaz na Asso­ciação Amigos do Memorial da Classe Operária – UGT, na rua José Bonifácio nº 59, no popular Centro Velho. Mais informações pelo telefone (16) 3610-8679. Serão mais duas apresentações na cidade. A próxima será neste sábado, 22 de junho, às 20 horas, e no domingo (23), às 19 horas. A entrada é franca.

No palco estarão os intérpre­tes-criadores Aysha Nascimen­to, Erico Santos, Marina Souza, Victor Almeida, Sabrina Dias e Djalma Moura, com provocação de Deise de Brito, Yaskara Man­zini e Kanzelumuka. A prepa­ração corporal coube a Everton Ferreira. A iluminação é de Fer­nando Melo e Dida Genofre e o figurino de Abmael Henrique, com máscaras de Cleydson Ca­tarina e Ubere Guelé. A produ­ção executiva é de Sol Almeida. Direção de produção de Djalma Moura e Erico Santos.

A palavra “ajeum (ajeun)” é a contração das palavras “awa (nós)” e “jeun” ou “jé (comer)”, transformada poeticamente em “comer juntos”, uma refeição grupal, comunal. O momento, considerado solene no candom­blé é a reunião da comunidade em torno de um alimento co­mum. “Ajeum” é partilha, aca­lento e vibração energética. A proposta da obra coreográfica “Ajeum” partiu da necessidade do diretor e intérprete-criador Djalma Moura de comparti­lhar com outros pesquisadores em dança o andamento de suas investigações em dança e movi­mento até o presente.

Esta proposta se soma aos projetos anteriores “Depoimen­tos para fissurar a pele” e “Boi da Cara Preta”, ambos de concep­ção, direção e dança de Djalma Moura, no qual o intérprete se desdobrou na criação de uma dança solo guiada pelas quali­dades das danças e fisicalidades encontradas na Orisà Oya – Ian­sã e seus processos de transmu­tações: “Vento”, “Búfalo” e “Bor­boleta”. “Ajeum” convida outros dançarinos a experimentar cole­tivamente o que foi experimen­tado no solo “Depoimentos para fissurar a pele”.

O coreógrafo propõem a partilha dos procedimentos para a criação desta nova obra que tem uma estrutura triádica:

A chegada
Nesse primeiro momento, as impressões e compreensões de um corpo vento, um corpo que leva e traz, que possa gerar trans­formação no espaço e nas danças de cada um em relação dialética. Como ser vento? Como o corpo reage ao ser atingido pelo vento? Como provocar vento?

A presença
Está relacionada ao estar fir­me, contundente e presente na cena, no espaço, na relação e no mundo. Como um búfalo, é ter consciência de onde se vive e o como operar no ambiente.

A comunhão
Onde a corporeidade assu­me a transformação de borbo­leta que flutua e se faz presente, levando para a cena uma pro­posta de persistência no voar, fissurar e criar diálogos com o mundo. Essa última dança chega como uma tempestade na cena: Oya e suas transmu­tações, de maneira poética, são evocadas para o desdobramen­to de cada corpo / dança.

Para além da partilha, “Ajeum” é criar redes em tempo, espaço, tecnologias e fisicalida­des. É colocar à mesa um ali­mento que vem sendo plantado e cultivado, não sozinho, mas em parcerias que atravessam fissuras, perfuram peles, alcan­çando a cosmogonia poética de cada um, o princípio meio e fim do corpo, todos arrebatados por uma tempestade de ambiguida­des e provações, Oya – Iansã. Pousa como uma borboleta e rasga como um búfalo. E eis que a brisa vem.

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