Tribuna Ribeirão
Política

Até Onyx – Bolsonaro diz que faltou experiência na articulação

Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente da República, Jair Bolsonaro, reconheceu nes­ta sexta-feira, 21, que o governo vinha enfrentando dificuldades na articulação política com o Congresso, mas procurou pou­par o ministro-chefe da Casa Ci­vil, Onyx Lorenzoni, de críticas. Após ter passado nesta semana a articulação política de Onyx para o general Luiz Eduardo Ramos, que ocupa a Secretaria de Governo, Bolsonaro também reconheceu nesta sexta que teve que retornar ao modelo do go­verno anterior.

“Quando nós montamos aqui, no primeiro momento, por inexperiência nossa, houve, tivemos algumas mudanças nas funções de cada um que não deram certo”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva no Pla­nalto. “Então, em grande parte, retornamos ao que era feito em governo anterior.”

Bolsonaro disse ainda que o governo tinha “problemas na articulação política, sim”, mas garantiu a permanência de Onyx na Casa Civil. Nas mudanças promovidas por Bolsonaro, Onyx passou a ser responsável pela coordenação do Plano de Parceria de In­vestimentos (PPI), programa responsável pelas concessões de infraestrutura e por tocar privatizações. “Onyx está forta­lecido com o PPI”, afirmou.

O novo ministro da Secre­taria Geral da Presidência da República, major da Polícia Mi­litar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Antonio de Oliveira Fran­cisco, esclareceu, após o pronun­ciamento de Bolsonaro, como deve ficar a articulação política do governo agora.
Segundo ele, a Secretaria de Governo, comandada agora por Ramos, fará a articulação do governo para fora. A Casa Civil, do governo para dentro, enquanto a Secretaria Geral vai ficar com a área de gestão.

Drones
O presidente Jair Bolsonaro esclareceu também que a auto­rização do uso de esquadrões de drones para enfrentar cri­minosos ficará para o segundo momento e não deve entrar no projeto que o governo prepara para dar “retaguarda jurídica” a soldados e policiais em ope­rações de garantia da lei e da ordem (GLO).

“Queremos dar segurança para quem estiver em operação. Já essa questão dos drones deve ficar para um segundo momen­to. O que queremos é poupar vi­das dos soldados nesses enfren­tamentos”, afirmou após almoço com o ministro da Defesa, gene­ral Fernando Azevedo e Silva.

Bolsonaro não deu prazo para o envio desses projetos ao Congresso Nacional, mas disse trabalhar para enviar o primei­ro deles nas próximas semanas. “Só vou autorizar GLO nos Estados se houver retaguarda jurídica. Hoje o soldado tem mais medo de enfrentar um processo do que encarar troca de tiros. Após essas operações, nossos soldados têm que ser condecorados e não processa­dos”, repetiu o presidente.

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