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‘Toy Story 1’ foi marcante como 1ª animação toda produzida em computador

Por Luiz Carlos Merten
Vale viajar no tempo – em 1991, e de forma pioneira, a Disney se utilizou de ferramentas digitais para criar, na animação A Bela e a Fera, de Gary Trousdale e Kirk Wise, a famosa cena em que o casal de protagonistas dança no salão. A cena foi criada no computador, e abriu um mundo de possibilidades em termos de realismo e perspectiva. Algo se passou ali, e com certeza os rumos da animação foram ultrapassados, quatro anos mais tarde, quando John Lasseter, numa nova empresa – a Pixar -, associada à Disney, criou o primeiro filme, em toda a história do cinema, inteiramente realizado com as ferramentas da computação gráfica.

Recapitulando – foi um feito notável, mas não tão isolado assim. A ideia da computação estava no ar e o britânico Peter Greenaway fazia experimentos de tecnologia digital em live action. Pelos anos seguintes, e no começo dos anos 2000, o neozelandês Peter Jackson criaria o Gollum, de sua trilogia O Senhor dos Anéis, utilizando a técnica chamada de ‘motion capture’. Tudo isso é verdade, a importância histórica de Toy Story estaria assegurada, mas o filme com certeza não teria feito tanto sucesso, se não possuísse (outras) qualidades excepcionais, além da técnica.

Lasseter sempre afirmou que, na Pixar, a técnica não era um fim, mas uma ferramenta indispensável para o que ele realmente queria fazer – contar grandes histórias. E a de Toy Story era realmente muito criativa, e até original, misturando animação, aventura e comédia. Passa-se num mundo em que os brinquedos se disfarçam de inanimados quando os humanos estão por perto, mas têm vida e vontade próprias. A trama centra-se na relação entre dois desses bonecos, e metaforizando o conceito do próprio filme, eles fazem a ponte entre a tradição e a modernidade, ou melhor, o futuro. Um boneco caubói acorda, Woody, que fala, no original, com a voz de Tom Hanks, e o astronauta Buzz Lightyear, dublado por Tim Allen. Entre os produtores, estava ninguém menos que… Steve Jobs!

Cinco anos mais tarde – e, no intervalo, a Pixar produziu outro megassucesso, Procurando Nemo -, surgiu Toy Story 2, de novo com direção de Lasseter, e agora Woody é roubado de casa por um comerciante de brinquedos. Os amigos, Buzz Lightyear à frente, mobilizam-se para resgatá-lo, mas Woody, ao descobrir que é um item de colecionador por causa de um antigo programa de TV, cria o impasse ao desistir de ir embora. A Disney, que não colocava muita fé no projeto, imaginava lançar diretamente Toy 2 no mercado de home vídeo, mas Lasseter, confiando no próprio trabalho, forçou a ida para os cinemas, onde o sucesso, de novo, foi estrondoso.

Passaram-se mais 11 anos e surgiu o 3, desta vez com outro diretor, Lee Unkrich, substituindo Lasseter. E, aí, houve uma mudança e tanto. Andy, o dono dos bonecos, não era mais aquele menino. Cresceu e vai para a universidade, mas antes doa seus brinquedos para uma creche, onde as crianças, nem um pouco cuidadosas, começam a destruir seus brinquedos. Woody e Light, sempre eles, planejam uma fuga em massa. A história, linda, é sobre o rito de passagem. Tornar-se adulto. Do 1 ao 3, não houve passo em falso. A expectativa pelo 4 é enorme.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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