Centenas de pessoas participaram dos protestos da greve geral convocada para a manhã desta sexta-feira, 14 de junho, em Ribeirão Preto, e apesar da presença de representantes de sindicatos de várias categorias, como a Associação e o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Assojuris e Sinjuris) e dos Servidores Municipais (SSM/RP), serviços essenciais como transporte coletivo urbano, saúde e educação não foram afetados – também não houve bloqueio em rodovias.
Os organizadores falam em mil manifestantes, mas o Tribuna estima que cerca de 500 pessoas participaram. A greve geral reuniu grupos de sindicalistas que historicamente atuam em campos opostos do jogo político, como a direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical. Em Ribeirão Preto, sob o comando do Comitê Contra a Reforma da Previdência, o movimento grevista saiu em passeata da Câmara de Vereadores, na avenida Jerônimo Gonçalves, na Vila República, até a região central da cidade. O ato final ocorreu em frente ao Palácio Rio Branco, sede da prefeitura.
Vários movimentos participaram da passeata em Ribeirão Preto. Os manifestantes levaram faixas e cartazes e até um trio elétrico (carro de som) foi usado para convocar a população e orientar os participantes do ato. Em todo o Brasil, bancários, professores, metalúrgicos, trabalhadores da educação, estudantes e docentes de universidades federais e estaduais, trabalhadores da saúde, dos Correios, da Justiça Federal, motoristas de ônibus, cobradores, caminhoneiros, servidores públicos estaduais e federais, enfermeiros, e moradores de centenas de cidades compareceram – projeção divulgada na véspera indicava atos em 136 municípios de 24 estados e do Distrito Federal.
Segundo a direção da Força Sindical, os atos, paralisações e greves organizados pelas entidades sindicais e movimentos sociais, ocorridos em milhares de cidades do País, atingiram o objetivo de alertar a sociedade e o Congresso Nacional sobre a proposta do governo de reforma da Previdência. A entidade diz que mais de 45 milhões de trabalhadores participaram em todo o Brasil. Além de Ribeirão Preto e da capital São Paulo, a CUT informou que haviam atos programados para acontecer em mais 21 cidades paulistas contra a reforma da Previdência, o contingenciamento de verba na educação e por mais empregos.
As paralisações foram convocadas por 12 centrais como CUT, Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Conlutas, Intersindical e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), com apoio das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra o que chamam de “retrocessos do governo de Jair Bolsonaro (PSL)”.
Em maio, duas manifestações contra o contingenciamento de verbas da educação mobilizaram o país. A pauta também incluiu a oposição a projetos como o da “Escola sem Partido” e a reforma da Previdência. No dia 15, cerca de quatro mil pessoas protestaram na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. No dia 30, um grupo de aproximadamente mil manifestantes voltou a protestar no mesmo local. Houve atos em 170 cidades de 25 estados e do Distrito Federal.
Oito entidades de Ribeirão Preto, representantes da classe patronal, declararam apoio à reforma da Previdência proposta por Jair Bolsonaro: Associação Comercial e Industrial (Acirp), Associação das Incorporadoras, Loteadoras e Construtores, Casa do Contabilista, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Instituto Ribeirão 2030, Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp), Sindicato Rural e Associação Rural e Observatório Social de Ribeirão Preto endossam comunicado divulgado nesta sexta-feira (14).
“As entidades manifestam apoio à aprovação da reforma da Previdência proposta pelo governo federal por entenderem que referida medida é essencial para evitar o desastre da perda de controle sobre os gastos públicos, com a previsível quebradeira de estados e municípios e com o retorno da inflação e da recessão”, diz parte do texto.