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Segundo a Organização Mundial de Saúde o TOC, Transtorno Obsessivo Com­pulsivo, é uma das doenças que mais tem crescido no mundo. É considerado o segundo distúrbio mais co­mum, perdendo apenas para a depressão. Estima-se que no Brasil são aproximada­mente 4,5 milhões de pesso­as com a doença. Mas o que difere o TOC das manias e hábitos, existente em pratica­mente em todos nós?

De acordo com a psicó­loga Dariene Castellucci, o TOC caracteriza-se por pen­samentos obsessivos, ou seja, ideias fixas que persistem e determinam o comporta­mento de uma pessoa que em muitas circunstâncias são contra sua própria vontade. “Quando alguém se sente obrigada e refém de alguns rituais diários, essas manias tornam-se um problema, causando prejuízos e limita­ções em sua vida,” explica.

Dariene adverte que não podemos confundir a obses­são com a rotina de rituais e hábitos, como escovar os dentes antes de dormir, lavar as mãos antes das refeições, lavar a louça depois do uso, além das peculiaridades indi­viduais que no senso comum são compreendidas como ma­nias e superstições, como não passar debaixo de uma escada, não quebrar espelhos, entrar em um lugar com o pé direito.

A psicóloga exemplifica que o TOC se manifesta de várias maneiras, como por exemplo, quando uma pes­soa verifica inúmeras vezes a fechadura de portas, simetria de objetos, organização por cores. “Porém o mais comum é o transtorno obsessivo com­pulsivo por limpeza,” aponta.

De acordo com a especia­lista, uma pessoa com TOC por limpeza apresenta pensa­mentos obsessivos por doen­ça, contaminações por bacté­rias, vírus, acredita que pode ser contaminada e até mesmo morrer caso tenha contato com esses microrganismos.

“Todos esses pensamentos muitas vezes irracionais provo­cam um estado de ansiedade e compulsão pelo ritual de lim­peza – como lavar a mão insis­tentemente, realizar essa ação provoca um alivio momen­tâneo e diminui a ansiedade, porém no momento seguinte é tomada pelo sentimento de culpa pelo exagero de limpeza, racionalmente sabe que não havia necessidade, mas é in­controlável a compulsão, logo em seguida os pensamentos obsessivos retornam e o ciclo se inicia novamente,” exemplifica.
O TOC provoca sofri­mento, prejuízos e limitações para a vida da pessoa. Os pensamentos obsessivos con­trolam o comportamento que a impede de ir a determina­dos lugares, fazem com que evitem o contato com pessoas e tenham atrasos frequentes para compromissos. “O trata­mento faz-se imprescindível, pois sua ausência pode gerar cronicidade do transtorno,” alerta Dariene.

O tratamento é composto por psicoterapia com psicó­logo e uso de medicamen­tos prescritos pelo médico psiquiatra. Dariene comple­menta que o aparecimento do transtorno pode se dar na infância e adolescência, mas também pode emergir ao longo da vida.

Hobbies são indicados para uma vida saudável
Se por um lado o T OC – Transtorno Obsessivo Compulsivo é uma preocupação, por outro o hobbie pode ser uma válvula de escape das cobranças diárias. Milhar es de pessoas buscam em coleções, arte, artesanato, instrumentos musicais, plantas, enfim, em atividade s diferentes das que aconte­cem em suas rotinas para estimular a me nte, corpo, obter satisfação pessoal e r elaxar.

Especialistas indicam o hobbie como atividade para melhorar a q ualidade de vida, por isso, de ve ser algo que proporcione prazer.

O jornalista Márcio Javaroni tem como hobbie colecionar e encontra prazer. É uma válvula de escape, diz.
De acordo com a psicóloga Dariene Castelucci, uma pessoa com TOC por limpeza apre­senta pensamentos obsessivos por doença, contamina­ções por bactérias, vírus, acredita que pode ser contami­nada e até mesmo morrer caso tenha contato com esses microrganismos

O jornalista Márcio Javaroni, 40 anos, tem como hobbie colecionar. Desde criança se interessou e guardou ao longo dos anos jogos de botões, álbuns de figurinhas, r evistas, maços de cigarros, cartões postais, cartões telefônicos, lápis, canetas, miniaturas de carro, camisas de futebol, lati­nhas de cervejas e muitos outros objetos. Também criança, aos sete anos ganhou de pr esente duas cédulas de dinheiro, e em outra opor tunidade um selo, fato que fortaleceriam o seu hobbie.

Hoje mantém poucas coleções, entre elas, selos, cédulas e miniatura de carr os. “Tive que parar, senão iria precisar de uma casa apenas para minhas coleções. T em ainda o aspecto financeir o, porque o colecionador gasta para ampliar a coleção. D esfiz e parei para não virar uma coisa sem noção. Privilegiei algumas, mas confesso que foi ruim”, diz.

Kelsen Bianco: remanescente do movimento punk em Ribeirão
Denis Calefe: Silvio Santos vem aí
Roberto Rossi: túmulo e caixão à espera

Há 10 anos Javaroni entrou com mais seriedade na filatelia. Hoje o hobbie se mistura com trabalho, pois organiza eventos e faz parte de associações nacionais. “Embora tenha virado em alguns mo ­mentos trabalho, não permito que interfira no meu trabalho. Só faço à noite, aos finais de semana, para não misturar. Eu consegui conciliar da melhor maneira possív el”, afirma. “É realmente uma válvula de escape. A gente esquece o mundo, o seu mundo par ticular. Gosto de mexer de madruga­da, na hora em que as me ninas foram dormir. É muito prazer. Para quem não está acostumado pode parecer coisa boba, mas para o cole cionador dá prazer,” finaliza.

Tribuna fará série com personagens da cidade
Diversas são os personagens que habitam o cotidiano de Ribe irão Preto em seus mais variados es­tilos. Vão desde profissionais liberais que têm boas histórias até figuras emblemáticas pelo visual ou atitudes. A partir da próxima semana, o Tribuna trará, nas edições de domingo, maté ria especial com essas pessoas.

Em junho teremos as histórias do músico e vendedor Kelsen Bianco, que costuma chocar pelo seu visual e um dos r emanescentes do movimento punk na cidade; o amor e paixão do comer ciante Denis Calefe pelo apresentador Silvio Santos (Dênis já fez quase tudo para e ncontrar o ‘homem do baú’); e a história do aposentado Rober to Rossi, que já escolheu o caixão e f ez o próprio túmulo no cemitério da Saudade. Aguardem.

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