Tribuna Ribeirão
Política

‘Onde está a agenda desse governo?’

Após uma série de discursos em que o presidente Jair Bolso­naro foi poupado, o ex-gover­nador de São Paulo Geraldo Alckmin encerrou a convenção nacional do partido atacando o governo e classificando o “bolso­narismo” como uma “mentira”, comparando o posicionamento de Bolsonaro ao PT. Ele mani­festou solidariedade ao presi­dente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por ter sido criticado pelo presidente da República.

“Esses oportunistas políticos por 30 anos numa deslealdade vêm atacar a vida dos homens públicos jogando a sociedade contra suas instituições. Não temos duas verdades, a extrema direita e a extrema esquerda. Temos duas grandes mentiras, o petismo e o ‘bolsonarismo’”, discursou o tucano, que entre­gou a presidência do partido ao ex-deputado Bruno Araújo (PE). “Onde está a agenda de competitividade desse governo? Vamos ter coragem de criticar, pôr o dedo na ferida.”

Após a convenção, em cole­tiva de imprensa, Alckmin disse que “está faltando governo” no País. Para ele, o governo não tem propostas para criação de em­pregos e, na reforma tributária, está querendo recriar a CPMF. Também criticou o que apontou como falta de política para com­bater o tráfico de armas e dro­gas. “Liberar arma é tudo que nós não precisamos. Vejo uma grande dificuldade na agenda do governo e uma criação de crises, uma agenda radical to­talmente ultrapassada em um mundo onde as ideologias estão diminuindo as distâncias.”

O ex-governador negou que o PSDB esteja sendo pres­sionado a dar uma guinada à direita e disse não acreditar que a nova direção do partido se alinhe à pauta de costumes do governo Bolsonaro.

O novo presidente da legen­da, Bruno Araújo, e o governa­dor de São Paulo, João Doria, afastaram a tentativa de Alckmin de atacar o governo afirmando que esse não é um posiciona­mento partidário. “São opiniões próprias do governador que eu respeito, não são as opiniões do PSDB como um todo. Não te­mos esse alinhamento crítico, temos uma alinhamento de bus­car as melhores alternativas para o País no plano econômico e no plano social e foco na aprova­ção da reforma da Previdência”, disse Doria. Já Bruno Araújo declarou que o PSDB vai ter uma “posição contributiva de independência e sempre, quan­do houver, de discordância, se opondo aos temas do governo.”

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