Tribuna Ribeirão
Economia

Conta de luz – Bandeira tarifária será verde em junho

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

A Agência nacional de Energia Elétrica (Aneel) anun­ciou nesta sexta-feira, 31 de maio, que as contas de luz te­rão bandeira tarifária verde em junho, sem custo extra para os consumidores. Embora seja uma época típica da estação seca nas principais bacias hi­drográficas do Sistema Inter­ligado Nacional (SIN), a pre­visão hidrológica para o mês superou as expectativas. A par­tir de julho, se a estiagem não der trégua, a conta de luz vai ficar mais cara.

A previsão indica tendên­cia de vazões acima da média histórica para o período, o que possibilita manutenção dos ní­veis dos principais reservatórios próximos à referência atual. Esse cenário favorável reduziu o pre­ço da energia (PLD) para o seu patamar mínimo, o que diminui os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) e à geração de energia de fontes termelétricas. O PLD e o GSF são as duas va­riáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada.

Em 21 de maio, a Aneel re­solução que estabelece as faixas de acionamento e os adicionais das bandeiras tarifárias com vigência em 2019. A proposta altera o valor das taxas extras a partir deste sábado (1º), com reajustes entre 20% e 50%. A bandeira amarela passa a R$ 1,50 (antes era R$ 1,00) a cada 100 quilowatts-hora (kWh) – o maior reajuste, de 50% –, já a vermelha no patamar 1 custa­rá R$ 4,00 (antes era R$ 3,00 a cada 100 kWh, aumento de 33,3%) e no patamar 2, custa­rá R$ 6,00 (antes era R$ 5,00) a cada 100 (kWh) – alta de 20%.

Foi incorporado um avanço metodológico para a regra de acionamento que atualiza o per­fil do risco hidrológico (GSF), o qual passa a refletir exclusiva­mente a distribuição uniforme da energia contratada nos meses do ano (“sazonalização flat”). “O efeito do GSF a ser percebido pelos consumidores retratará com maior precisão a produção da energia hidrelétrica e a con­juntura energética do sistema”, informa. A alteração foi espe­cialmente motivada pelo défi­cit hídrico do ano passado, que reposicionou a escala de valores das bandeiras.

O tema passou por audiên­cia pública que recebeu 56 con­tribuições das quais 36% foram acatadas integralmente e 2% parcialmente. A Aneel explica que o sistema de bandeiras ta­rifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. Esse custo, se­gundo a agência, é pago de ime­diato nas faturas de energia, o que desonera o consumidor do pagamento de juros da taxa Se­lic sobre o custo da energia nos processos tarifários de reajuste e revisão tarifária.

Na metodologia das ban­deiras tarifárias as cores verde, amarela ou vermelha (nos pata­mares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em fun­ção das condições de geração. A definição da cor da bandeira continua a ser dada pela combi­nação entre risco hidrológico e preço de liquidação de diferen­ças (PLD). Em maio, vigorou a bandeira amarela, o que impli­cou num custo adicional de R$ 1 para cada 100 kWh consumido.

A decisão interrompeu um ciclo de cinco meses consecuti­vos sem cobrança de taxa extra – em dezembro, janeiro, fevereiro, março e abril vigorou a verde e não houve cobrança comple­mentar. O sistema de bandeiras tarifárias leva em consideração o nível dos reservatórios das hi­drelétricas e o preço da energia no mercado à vista.

Na bandeira verde, não há cobrança de taxa extra. Até on­tem, na bandeira amarela, a co­brança extra era de R$ 1 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. No primeiro nível da bandeira vermelha, o adicio­nal era de R$ 3 a cada 100 kWh. E no segundo nível da bandeira vermelha, a cobrança era de R$ 5 a cada 100 kWh.

Desde 8 de abril, a conta de luz está, em média, 8,66% mais cara para cerca de 290 mil con­sumidores de Ribeirão Preto e mais 4,2 milhões de clientes da CPFL Paulista espalhados em outras 233 cidades do estado de São Paulo. A Aneel autorizou, dentro do processo de revisão tarifária anual, reajuste nas fatu­ras da concessionária.

Para os consumidores resi­denciais, a alta foi de 7,87%. Pe­quenos comércios, que também entram na faixa de baixa tensão, tiveram reajuste de 8,34%. Para os clientes da alta tensão – indús­trias, shopping centers e outros estabele-cimentos de grande porte – o aumento foi de 9,30%. A empresa atende 4,49 milhões de unidades consumidoras lo­calizadas em 234 municípios do estado de São Paulo.

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