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Cannes consagra ‘Bacurau’ com o Prêmio do Júri

Por Rodrigo Fonseca

Exibido no segundo dia da programação do 72º Festival de Cannes, que terminou no sábado, 25, com a entrega da Palma de Ouro a Bong Joon Ho e sua hilária comédia de humor ácido Parasite. O filme brasileiro Bacurau deu ao cinema nacional a mais valiosa láurea que um longa-metragem de ficção do País já recebeu por lá desde 1969: o Prêmio do Júri, que dividiu com o filme francês Les Misérables, de Ladj Ly.

“É uma vitória para os trabalhadores da cultura”, disse Kleber no palco. “Trouxe esse filme aqui no dia em que Cannes homenageou um dos diretores que me influenciaram, John Carpenter, que me mostrou, nos anos 1980 e 90, que filmes de gênero podem ser únicos.” Dornelles, ao receber o Prêmio do Júri, repetiu uma frase que aparece nos créditos de Bacurau. “Este filme envolveu o trabalho de muita gente, de vários lugares do País. Muita gente trabalhou duro para que estivéssemos aqui”, disse o cineasta. 

O resultado saiu do festival neste sábado, em meio a uma dupla vitória para o Brasil: A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz, ganhou o troféu principal da mostra Um Certo Olhar/ Un Certain Regard, e o thriller The Lighthouse, produzido pelo carioca Rodrigo Teixeira, recebeu o Prêmio da Crítica. Alejandro González Iñárritu, presidente do júri de Cannes, viu em Bacurau um debate sobre injustiça social. 

Sempre inflamado ao ressaltar sua ascendência africana, Ladj Ly, diretor de Les Misérables, disse que seu cinema ambiciona dar voz às gerações do amanhã. “A única força que pode fazer o mundo avançar é a juventude. Ela precisa de espaço de expressão. E, mais do que isso, precisa do acesso à educação”, disse o diretor de 39 anos. Ladj e o duo Dornelles-Kleber trazem a barbárie à tona na narrativa que levam às telas. Bong Joon Ho também, mas sob uma perspectiva cômica. Parasite foi uma unanimidade entre os críticos e entre os jurados. 

“Existe uma praga que se chama capitalismo e ela nos adoece. Aprendi isso vendo desenhos japoneses, onde o equilíbrio da natureza é quebrado pela ganância. Famílias também são um ecossistema”, disse Bong.

Pouco antes de a Coreia do Sul conquistar a Palma de 2019, Sylvester Stallone entrou no Palais des Festivals para premiar a primeira mulher cineasta negra a concorrer em Cannes nos 72 anos de história do festival, a francesa de origem senegalesa Mati Diop. Ela ganhou o Grand Prix, a honraria mais disputada do evento depois da Palma, com o drama romântico Atlantique.

Mostrando estar antenado com reflexões sobre a afirmação da força feminina, o júri premiou a diretora Célina Sciamma por melhor roteiro por Portrait de une Jeune Fille en Feu. Para o prêmio de direção, o júri foi mais conservador escolhendo os irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne por O Jovem Ahmed

Nos prêmios de atuação, Emily Beecham ganhou por Little Joe, de Jessica Hausner. Já o melhor ator foi o espanhol Antonio Banderas, que fez Cannes chorar à frente de Dor e Glória, de Pedro Almodóvar. “A Espanha é Picasso, é Dali, mas é também Almodóvar. Ele é a chave para que o mundo entenda parte da riqueza da alma espanhola”, disse Banderas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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