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Entidades defendem ‘corte’ de vereadores

Cinco entidades de classe de Ribeirão Preto divulgaram comu­nicados em que se posicionam contra a manutenção do atual nú­mero de cadeiras na Câmara de Vereadores para a próxima legis­latura (2021-2024). Um dos textos é assinado conjuntamente pela Associação Comercial e Industrial (Acirp), Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp) e Centro das Indústrias do Estado de São Pau­lo (Ciesp). Em nota, dizem que são favoráveis ao corte de cinco vagas e a consequetente redução para 22 parlamentares, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar a constitu­cionalidade de uma emenda à Lei Orgânica do Município (LOM) – leia nesta página.

Além da Acirp, Sincovarp e Ciesp, o Instituto 2030 também já emitiu nota de repúdio contra a manutenção de 27 cadeiras na Câmara e, nesta semana, ga­nhou o apoio do Observatório Social de Ribeirão Preto. O texto das três primeiras entidades diz que elas “manifestam-se contrá­rias ao projeto de emenda à Lei Orgânica do Município (LOM), protocolado no dia 21, que esti­pula 27 vereadores para a próxi­ma legislatura. Para as entidades, é importante que os vereadores se qualifiquem para fazer boas leis e cumpram seu papel de fis­calizar o Executivo”, declararam.

O Instituto 2030 afirma que o corte de cadeiras permitirá eco­nomia aos cofres públicos e maior controle da sociedade sobre os re­presentantes eleitos. “Ressaltamos que Santo André, São José dos Campos e Osasco, cidades com porte semelhante ao de Ribeirão Preto, possuem atualmente 21 vereadores. Sorocaba, também com população similar, tem 20 parlamentares”, afirma em notam reforçando que manifesta “indig­nação e repúdio ao projeto. Con­fiamos no bom senso da maioria da Câmara”, emenda.

As manifestações de repúdio foram divulgadas depois que a proposta de emenda a LOM que mantém em 27 o total de verea­dores de Ribeirão Preto para a próxima legislatura (2021-2024) deu entrada na Câmara, na ter­ça-feira, 21 de maio, com nove adesões. De autoria de Maurício Vila Abranches (PTB), o projeto foi lido em plenário e seguiu para a Secretaria Legislativa, onde po­derá receber emendas. Depois de publicado no Diário Oficial do Município (DOM), será encami­nhado para as comissões perma­nentes, como a de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).

Por se tratar de emenda à LOM – considerada a “Constitui­ção Municipal” –, o projeto tem de tramitar por três sessões seguidas. Além disso, deve ser votado em duas reuniões extraordinárias, com intervalo de dez dias entre elas, e para que seja aprovado vai precisar de maioria qualificada de votos – 18 dos 27 vereadores, ou dois terços. O prazo para con­clusão da votação vai até outubro, como determina o Tribunal Supe­rior Eleitoral (TSE) – um ano an­tes da eleição municipal de 2020.

Outra proposta de emenda a LOM, de autoria de Marco Antônio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede), também protocolada na Câmara, propõe a extinção de quatro vagas, com a redução de 27 para 23 vereadores. Ele tam­bém conseguiu as nove assina­turas e o projeto seguirá os mes­mos trâmites. O inusitado neste caso é que quatro parlamentares assinaram as duas proposituras: André Trindade (DEM), Pau­linho Pereira (PPS), Ariovaldo de Souza, o “Dadinho” (PTB) – que voltou a ser suplente, sendo substtuído por Waldyr Villela (PSD) – e Maurício Vila Abran­ches. A assinatura de “Dadinho” tem valor legal, já que quando aderiu às propostas estava no exercício do mandato.

Ao Tribuna, os parlamentares que assinaram os dois projetos afirmaram que o Legislativo pre­cisa discutir com profundidade as propostas – eles consideram que essas duas são as melhores. Garan­tem ser contra a de redução para 20 cadeiras, apresentada pelo pre­sidente da Câmara, Lincoln Fer­nandes (PDT), e pelo presidente da CCJ, Isaac Antunes (PR), com adesão apenas de Jean Corauci (PDT) até o momento, apesar de a população já ter demonstrado que prefere um número bem menor de legisladores.

A discussão ganhou força depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) – em fe­vereiro do ano passado definiu que a Câmara de Ribeirão Preto poderia ter 22 vereadores a partir da próxima legislatura. São cinco a menos do que os atuais 27 parla­mentares. Os ministros já haviam declarado, em 2017, a constitucio­nalidade da emenda à LOM que determinava o corte, mas faltava a modulação – se a regra valeria já nesta legislatura (2017-2020) ou para a próxima, que começa em 2021 e vai até 2024.

No entanto, o corte de cinco cadeiras no Legislativo vai depen­der da própria Câmara e dos atu­ais vereadores. Com base na de­cisão do STF, eles podem aprovar nova emenda à Lei Orgânica até outubro deste ano e garantir a ma­nutenção das 27 cadeiras, como propõe Abranches. Ou, como querem Fernandes, Antunes e Corauci, cortar mais sete vagas e chegar a 20. Ou então manter 23 gabinetes, segundo a proposta de “Boni”. A cidade teve 20 vereado­res até 2012 – em dezembro de 2010, os vereadores aprovaram o aumento para 27.

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