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Sonha com o acesso Cavalo quer um time de pegada

O técnico Roberto Cava­lo ainda não está totalmente satisfeito com o número de reforços que chegaram para a disputa do Campeonato Bra­sileiro da Série B. Quer mais. E por um motivo: trata-se de uma competição longa, com previsão de baixas no elen­co por contusão ou má fase técnica, nas 34 rodadas que ainda faltam para o final da competição, prevista para de­zembro.

Não que Cavalo não esteja satisfeito com quem já che­gou ao clube, ao contrário. “Temos um grande elenco, com jogadores inclusive da Série A do Nacional,” afirma. “Mas vim para cá também em busca de uma realização pessoal: o acesso da B para a A, que ainda não tenho em minha carreira,” projeta.

Cavalo não citou, mas a campanha pelo Oeste, em 2017, parece estar engasga­da na garganta do treinador. Apesar dos grandes resulta­dos obtidos na Série B da­quele ano, lutou até a última rodada para subir o time para o Campeonato Brasileiro da Série A de 2018, mas termi­nou na 6ª colocação.

No Botafogo, onde che­gou para substituir Léo Con­dé, pegou o time com uma sequência de sete derrotas no Paulistão, ameaçado de rebai­xamento para a A2, situação da qual foi se livrar na última rodada com uma goleada por 4 a 0 sobre o Santos de Jorge Sampaoli. “Temos que trazer jogadores de alto nível, pois para contratar iguais aos que já termos, que são bons, é melhor dar chances aos me­ninos da base,” esclarece.

Roberto Cavalo quer um time voluntarioso, que jogue com vontade de vencer

Um desses jogadores, Jo­nata Machado, de 20 anos, re­cebeu promoção relâmpago ao time principal, isso após derrota dos titulares para o Sub-20 do Botafogo em um jogo-treino com a garotada da base para dar ritmo aos profissionais. Bem posicio­nado na frente da zaga e uma espécie de ‘xerife’ na cabeça da área, o jovem encantou o treinador, se transformou em titular da equipe e já figura como uma das promessas do Botafogo. “Estamos bem ser­vidos, mas nunca é demais querer mais, afinal temos um foco que é o acesso,” diz.

Cavalo não corre atrás de uma estrela que seja capaz de iluminar, sozinha, a trajetória do Pantera na Série B. Quer um time voluntarioso, que jogue com vontade de vencer. “Um time com pegada, que busque o resultado”, vibra. “Não somos um time imba­tível, mas uma equipe forte e preparada e é isso que irá nos colocar em uma boa condi­ção de acesso,” afirma.

O técnico tem um racio­cínio de como deve ser o comportamento da equipe, em termos de acúmulos de pontos, para se manter bem ao longo da competição. Segundo ele, três vitórias consecutivas podem colo­car a equipe em um bom lu­gar na tabela. “No segundo turno, uma vez cumprido o plano na primeira etapa da competição, com mais três vitórias seguidas, podemos chegar entre os quatro pri­meiros e subir para a série A,” calcula, sem, no en­tanto, revelar o número de pontos que colocou como meta para o primeiro turno. “Já tenho esse número, mas não vou antecipar, depois eu conto,” brinca.

Cavalo acredita que, com 46 pontos qualquer time es­tará fora da zona de rebai­xamento, o grande fantasma que assombra quem chegou à segunda maior competição do futebol brasileiro. “Com 63 pontos já dá para pensar em acesso, mas temos uma longa jornada pela frente e, como disse desde quando aqui cheguei, é jogo a jogo, passo a passo,” conclui.

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