A Câmara Municipal de São Paulo aprovou a concessão do Autódromo de Interlagos para a iniciativa privada. O projeto de lei para a privatização do espaço foi proposto pela própria prefeitura da cidade, em 2017. O texto recebeu uma emenda, substituindo a venda proposta inicialmente pelo Executivo municipal pela transferência de gestão à iniciativa privada, mantendo o autódromo como patrimônio público. O projeto, aprovado ontem (15), segue para a sanção do prefeito Bruno Covas.
Mudança
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 ocorrerá no Rio de Janeiro, em 2020. Ele, inclusive, assinou um termo de cooperação com o governo do estado e a prefeitura da capital fluminense para as obras de um autódromo em Deodoro, com capacidade para receber um público de 130 mil pessoas.
A mudança, se for efetivada, encerrará um ciclo de 30 anos seguidos em que o Grande Prêmio do Brasil ocorre no Autódromo José Carlos Pace, em São Paulo, popularmente conhecido como Autódromo de Interlagos.
Em reação ao anúncio, a prefeitura de São Paulo lembrou que tem contrato em vigor com a empresa responsável pela organização do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 até o final de 2020. Em nota conjunta com o governo do estado de São Paulo, a administração municipal disse que está atuando para renovar o contrato do evento a partir de 2021.
Impacto na economia
O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, realizado nos dias 9, 10 e 11 de novembro do ano passado em São Paulo, teve um impacto de R$ 334 milhões no turismo da cidade, um crescimento de 19,2% ante os R$ 280 milhões registrados no ano anterior. Os dados são da prefeitura paulistana.
Do público total presente no autódromo, 77,5% eram turistas (67% no ano anterior). O número de visitantes estrangeiros também aumentou: de 10,9% em 2017 para 18,6% em 2018. A maior parte dos turistas ficaram hospedados em hotel: 69,2% em 2018, contra 55,4% em 2017.