O percentual de famílias brasileiras endividadas alcançou 62,7% em abril, um aumento de 0,3 ponto em relação a março, informa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por meio da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Se comparado a abril de 2018, quando o indicador foi de 60,2% das famílias, o aumento foi de 2,5 ponto percentual.
Foi a quarta alta seguida do nível de endividamento, indicando, para a CNC, a “continuidade do processo de recuperação das concessões de crédito e do consumo das famílias”. Em nota, a entidade alerta, porém, que, entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas aumentou de 29,2% em abril de 2018 para 29,4% em abril de 2019 – 20,3% dos participantes da pesquisa afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.
O percentual de famílias inadimplentes (com dívidas ou contas em atraso), também aumentou em abril, para 23,9%, ante os 23,4% de março. Na comparação com abril do ano passado, houve queda da inadimplência – ano passado, o índice chegou a 25% do total de famílias. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 63,4 dias em abril de 2019 – inferior aos 64,3 dias de abril de 2018.
Mais famílias também declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, passando de 9,4% em março para 9,5% em abril. Em abril de 2018, esse índice foi de 10,3%. “As famílias brasileiras também se mostraram mais otimistas em relação à sua capacidade de pagamento, na comparação com o mesmo período do ano anterior”, diz a nota divulgada pela CNC.
A Peic de abril mostrou ainda que a inadimplência é maior entre os mais pobres. Na faixa de menor renda, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou de 26,0% em março para 26,7% em abril. Em abril de 2018, 28,0% das famílias nessa faixa de renda haviam declarado ter contas em atraso. Entre os mais pobres, 11,1% disseram não ter como pagar dívidas e contas em atraso, ante 11,0% em março e abaixo dos 11,7% de abril de 2018.
No grupo com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de inadimplentes alcançou 11,9% em abril, acima dos 11,4% de março, mas abaixo dos 12,6% de abril de 2018. Neste grupo, 3,5% disseram não ter condições de pagar as dívidas e contas em atraso em abril, mesmo nível de março, mas abaixo dos 4,2% de abril de 2018.
O número de inadimplentes em Ribeirão Preto subiu 8,9%em março deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, de 241.517 para 263.025, com 21.508 devedores a mais. Significa que 37,8% da população, estimada em 694.534, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem alguma conta em atraso, segundo a Serasa Experian.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 253.260 devedores. Em fevereiro, o Caminhão Itinerante do Serasa Consumidor ficou cinco dias na cidade e atendeu 2.732 pessoas, média de 546 por dia – 54 por hora, quase uma a cada minuto. O veículo ficou estacionado na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico. O número de consumidores inadimplentes em todo o Brasil chegou a 63 milhões em março de 2019 e registrou recorde desde 2016, quando teve início a série histórica. Isto significa que 40,3% da população adulta do país está com dívidas atrasadas e negativadas.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (61 milhões), o aumento foi de 3,2%, ou seja, dois milhões a mais de pessoas. Na comparação com fevereiro (62,2 milhões), a alta foi de 1,2%. No estado de São Paulo, o número de inadimplentes saltou de 14.537.146 em março de 2018 para 15.307.226 no mês passado, alta de 5,3%. O total representa 43,1% da população adulta.