Tribuna Ribeirão
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Esperança – Servidores aguardam proposta do governo

A greve dos servidores pú­blicos de Ribeirão Preto foi sus­pensa em 3 de maio depois de 23 dias de paralisação e protestos. A trégua foi aprovada para que empregados e empregador vol­tassem a negociar uma proposta de reajuste salarial, mas o prazo dado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) termina nesta quinta-feira (9) e a reunião ocor­reu – e também não havia ne­nhum encontro agendado até o fechamento desta edição, segun­do o sindicato da categoria. A tendência é de dissídio coletivo.

Por causa desta indefini­ção, o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP) agendou para as 18 horas desta quarta-feira (8), em sua sede na rua XI de Agosto nº 361, nos Campos Elíseos, uma assembleia para discutir a situa­ção com a categoria. Os funcio­nários públicos vão decidir se aguardam a audiência de con­ciliação que acontece amanhã no TJ/SP ou se retomam a greve – que já é mais longa da história do funcionalismo municipal – até o Órgão Especial da Corte Paulista julgar se o movimento é legal ou não.

A tendência é que o movi­mento paredista seja definido por meio de dissídio coletivo, já que a prefeitura mantém a proposta de congelamento dos salários (“reajuste zero”) e a ca­tegoria cobra 5,48% de aumen­to. A expectativa é que a Co­missão de Política Salarial da prefeitura e a comissão de ne­gociação do sindicato se reúnam ainda nesta quarta-feira para discutir o assunto e elaborar re­latórios que serão entregues ao Tribunal de Justiça.

A prefeitura já disse que não discute itens financeiros. Além disso, entende que a sus­pensão da greve é “o primeiro passo para o fim do impasse”. Diz também que “a adminis­tração municipal apresentou, publicamente, os dados re­ferentes aos impedimentos prescritos pela Lei de Respon­sabilidade Fiscal (LRF) e a impossibilidade orçamentária e financeira que o município apresenta, no momento.”

E prossegue: “A adminis­tração municipal ressalta ainda que, o retorno ao trabalho, por parte dos servidores, represen­ta um ganho à população.” O texto indica que nenhuma pro­posta de reajuste salarial será apresentada pelo governo Du­arte Nogueira Júnior (PSDB), que enfrenta a terceira greve seguida da categoria desde que assumiu o Palácio Rio Branco, em janeiro de 2017.

Segundo despacho assinado pelo desembargador Artur Mar­ques da Silva Filho, vice-presi­dente da Corte Paulista, e por representantes da prefeitura e do SSM/RP, a suspensão foi de comum acordo. Segundo o Tri­bunal de Justiça, as partes pediram mais prazo para “tentativas de ne­gociações que farão acontecer em mesas de discussão”. Relatórios deverão ser apresentados na audi­ência de amanhã, marcada para as 13 horas, no gabinete do vice-pre­sidente do TJ/SP. Se não houver acordo, o caso irá para dissídio coletivo e será decidido pelo Ór­gão Especial da Corte Paulista, um colegiado de desembarga­dores que vai julgar a legalidade da greve – se é abusiva ou não.

A data-base da categoria é 1º de março. Os servidores pedem reajuste de 5,48%. São 3,78% de reposição da inflação acumu­lada entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial usado pelo Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE) –, e mais 1,7% de aumento real. O mesmo percentual (5,48%) é cobrado sobre o vale-alimentação da ca­tegoria e no auxílio nutricional dos aposentados e pensionistas.

A prefeitura diz que já ultra­passou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para despesa com pessoal – varia de 51,3% a 54%, e o go­verno Duarte Nogueira afirma que já atingiu 55,8%. O gestor que desrespeita o teto pode res­ponder por improbidade admi­nistrativa. O sindicato discorda e garante que há folga no orça­mento para o reajuste. A folha de pagamento é de aproximada­mente R$ 61,1 milhões mensais, e a do órgão de previdência gira em torno de R$ 40 milhões.

Em 23 de abril, o juiz Gusta­vo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, que concedeu duas limi­nares em ações impetradas pela prefeitura e pelo Departamento de Água e Esgotos (Daerp) e restringiu a greve dos servidores municipais, anunciou incompe­tência do juízo de primeira ins­tância para avaliar movimentos paredistas e encaminhou o caso para o TJ/SP.

Ele suspendeu a multa diária de R$ 20 mil em caso de deso­bediência por parte do Sindicato dos Servidores, mas manteve as demais sanções. Uma das limi­nares determina a manutenção de 100% dos trabalhadores em atividade nas secretarias munici­pais da Saúde, Educação e Assis­tência Social. A medida também prevê que sejam mantidos 50% dos funcionários nas demais re­partições, inclusive com escala emergencial de trabalho para evitar danos à população.

No dia 10 de abril, o magis­trado já havia ampliado a quan­tidade de repartições do Daerp que devem manter 100% do efetivo. No total, as decisões atingem mais de 90% dos 850 funcionários da autarquia. Ele não proibiu piquetes, mas au­torizou o uso da força policial em caso de vandalismo ou violência. Ribeirão Preto tem 9.204 funcionários na ativa e mais 5.875 aposentados e pen­sionistas que recebem seus be­nefícios pelo IPM.

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