Preso desde abril do ano passado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu na manhã de ontem, em entrevista ao blog do Kennedy, que estuda pedir progressão de pena, mas deixou claro que só entrará com a ação desde que isso não seja uma admissão de culpa e que possa continuar tentando provar que é inocente.
“Por que você acha que eu digo que não troco a minha dignidade pela minha liberdade? Porque, de vez em quando as pessoas falam ‘Ah, mas agora foi julgado e tem a tal da detração [penal] e você já pode sair’. Obviamente, quando os meus advogados disserem: ‘Lula, você pode sair’, eu vou sair. Só sairei daqui se qualquer coisa que tiver que tomar decisão não impedir de eu continuar brigando pela minha inocência”, afirmou ao jornalista.
Questionado novamente por Alencar se poderia pedir o benefício, caso seus advogados garantam que ele poderá continuar se defendendo, Lula respondeu: “Peço. Eu quero ir para casa. Agora, se eu tiver que abrir mão de continuar a briga pela minha defesa, eu não tenho nenhum problema de ficar aqui.”
No fim de abril, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reduziu a pena de prisão aplicada ao petista no processo do tríplex de Guarujá (SP). A redução da pena do ex-presidente para 8 anos, 10 meses e 20 dias de prisão pode permitir que ele vá para o regime semiaberto a partir de setembro, caso seja feita a solicitação e ocorra o pagamento de multa imposto pelo tribunal.
A progressão para o regime semiaberto é prevista após o cumprimento de um sexto da sentença. Considerando a redução no tempo de prisão, Lula pode pedir a progressão de regime após aproximadamente 17 meses de prisão. O ex-presidente está preso desde o dia 7 de abril de 2018, há pouco mais de um ano.