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AVC ou derrame cerebral: é possível prevenir

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou derrame cerebral é uma doença grave que ocorre quando há um entupimento de um ou mais vasos do cére­bro ou quando há um rompimento de um ou mais desses vasos. Daí haver dois tipos de AVC: o que ocorre devido à obstrução à passagem do sangue, que é o que se chama de AVC Isquêmico, e é o menos grave; e o outro, que acontece quando há o rompimento de algum vaso, chamado de AVC hemor­rágico, e que é o mais grave.

O AVC é a principal causa de morte no Brasil, seguido pelo infarto agu­do do miocárdio, ou ambas as doenças empatam nesse quesito. A seguir vem o câncer em suas diversas modalidades. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o AVC é a principal causa de incapacidade para o trabalho, sendo que 70% dos acometidos por essa doença não conseguem retornar ao trabalho como anteriormente e 50% das pessoas passam a depender de outras pessoas para continuarem levando as suas vidas.

O AVC é muito frequente no Brasil, chegando a quase 2% nos homens e quase 1,5% nas mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Neuro­logia ocorre 100 mil óbitos por ano no Brasil, ou seja, uma pessoa morre a cada cinco minutos no país, devido ao AVC. É uma doença que afeta mais as pessoas que vivem nas periferias das cidades e ela tem a característica de aumentar com a idade. Agora, uma situação que é muito preocupante é que o AVC está ocorrendo em uma população cada vez mais jovem.

O AVC está intimamente relacionado com os chamados fatores de risco que são muito frequentes, como o diabetes, a hipertensão e o terrível vício de fumar, aliados à falta de atividade física, à obesidade decorrente do erro alimentar e ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas. A idade, o sexo e a raça são também fatores de risco para o AVC. O AVC decorrente da obs­trução de vasos do cérebro costuma se instalar gradativamente e é por isso que as pessoas costumam atrasar para transferir o paciente para a unidade de saúde mais próxima, o que piora a situação do paciente.

Existe um conjunto de atitudes que as pessoas podem fazer e que são tradu­zidas pela palavra Samu, com cada letra sugerindo uma medida para se firmar o pré-diagnóstico. A letra “S” é de sorria. Ela é chamada a sorrir, mas ela não consegue. Aí vem a letra “A” de abraço. A pessoa suspeita de ter o AVC &eac ute; chamada a abraçar, mas ela não consegue levantar os braços por ter a força mus­cular diminuída. A letra “M” de música sinaliza que a pessoa com AVC precisa cantar uma música, mas ela não consegue por que a boca fica torta. Feito isso tudo a letra “U” quer dizer que é uma urgência e o paciente deve ser transferido para o hospital, pronto-socorro ou UPA mais próximos que houver.

No caso de instalação de um AVC isquêmico, que é o mais frequente, os sintomas são: fraqueza de um lado do corpo, diminuição súbita da força muscular também de um dos lados do corpo, perda súbita de visão de um lado do corpo ou de ambos. Com relação ao tratamento do AVC tem havido importantes progressos devido às intensas pesquisas que têm sido realizadas principalmente nos Estados Unidos, Reino Unido, China e Japão. Além dos medicamentos que são capazes de dissolver o trombo causador da obstrução, e que só têm eficácia máxima se forem aplicados na veia do paciente até quatro horas de início dos sintomas do AVC.

Uma inovação recente e que já foi testada e aprovada com entusiasmo é a introdução de um cateter para remover o trombo que está obstruindo a passagem do sangue. Essa técnica chamada trombectomia está sendo considerada promisso­ra no tratamento do AVC. A fisioterapia deve iniciar-se já dentro mesmo da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). E agora vem o aspecto mais importante e que é o escopo dessa matéria.

Para redigir sobre esse tema, eu li muitas revistas médicas recentes, notada­mente dos Estados Unidos e do Reino Unido, e pude sintetizar todas as medidas que a pessoa precisa tomar para se evitar a ocorrência de um AVC: 1) Não fumar de jeito nenhum; 2) Não consumir ou reduzir ao mínimo o uso de bebidas alcoólicas; 3) Não usar drogas ilícitas em hipótese alguma; 4) Manter o peso ideal corrigindo eventuais erros alimentares: 5) Beber bastante água 6) Praticar ativida­des físicas todos os dias durante pelo menos 30 minutos; 7) Controlar o Diabetes e o Colesterol; 8) Controlar a pressão; 9) Administrar e reduzir o stress investindo na qualidade de vida; e 10) Evitar a vida agitada e tirar dois períodos de férias por ano mesmo que curtos.

Colocando em prática essas atitudes você tem chance de evitar o AVC e, portan­to, você está reunindo condições para você ter uma vida longa e feliz. E é exatamente isso que, eu, como médico, desejo para você: que você tenha uma vida longa e feliz.

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