Ribeirão Preto fechou março com déficit de 370 empregos com carteira assinada, fruto de 7.562 admissões e 7.932 demissões; Construção Civil admitiu 533 operários e demitiu 718
O Ministério da Economia divulgou nesta quarta-feira, 24 de abril, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo a pasta, Ribeirão Preto fechou março no “vermelho”, o primeiro déficit do ano, muito abaixo do resultado do saldo de fevereiro e o pior para o mês desde 2017 – desde julho de 2018, só foi superior ao de dezembro (-566). No acumulado de doze meses, a cidade detém o superávit mais expressivo do interior paulista.
Ribeirão Preto fechou março com saldo negativo de 370 empregos formais extintos, fruto de 7.562 admissões e 7.932 demissões. Em comparação com o superávit de 1.229 vagas de fevereiro, o resultado do mês passado é mais de quatro vezes inferior, corte de 1.599 carteiras assinadas. Também está quase duas vezes abaixo dos 206 postos de trabalho registrados em março do ano passado, com 576 a menos.
A economia local fechou o primeiro trimestre com superávit de 1.316 novos contratos – com 25.875 contratações e 24.559 dispensas –, 38% menor do que os 2.122 do mesmo período de 2018, quando foram admitidos 806 trabalhadores a mais. No ranking estadual de 2019, Ribeirão Preto ocupa a sétima posição, atrás da capital paulista (21.754), Franca (4.363, fruto de 13.600 admissões e 9.237 demissões), Sorocaba (1.876), Limeira (1.525), São José do Rio Preto (1.481) e Campinas (1.324).
Em doze meses, o saldo ribeirão-pretano é de 5.946 vagas (97.502 contratações e 91.556 rescisões), o melhor do interior e o segundo do estado, atrás do da capital, de 48.779 postos. A economia da cidade não registrava um resultado tão expressivo havia cinco anos, quando fechou o período com 131.857 admissões e 122.859 demissões, superávit de 8.998 postos de trabalho.
Por causa de ajustes feitos pelo Caged, os números referentes ao balanço anual não batem com os mensais divulgados anteriormente. Como Ribeirão Preto registrou superávit de 424 empregos em janeiro e de 1.229 em fevereiro, mais o déficit de 370 vagas de março, o saldo do trimestre deveria ser de 1.283 carteiras assinadas, ou 2,5% inferior aos 1.316 anunciados ontem pelo ministério, 33 a menos.
Segundo o Caged, o superávit da cidade em 2018 foi de 6.958 vagas formais de trabalho (96.236 admissões e 89.278 demissões), mais de sete vezes acima ao total de 2017, de 915 empregos com carteira assinada (86.647 contratações e 85.732 dispensas), alta de 660% e aporte de 6.043 empregos. É o melhor resultado do interior e o segundo do estado, atrás apenas do da capital (58.357).
Também é o melhor saldo dos últimos cinco anos na cidade, atrás do registrado em 2013, de 8.527 novas vagas (128.129 novos contratos e 119.602 rescisões), 18,4% acima do número atual, com 1.569 carteiras assinadas a mais. Apesar da boa notícia, em 2018 a soma dos resultados de janeiro (1.299), fevereiro (524), março (206), abril (589), maio (233), junho (-662), julho (635), agosto (1.813), setembro (534), outubro (757), novembro (1.342) e dezembro (-566) indica 6.704 empregos com carteira assinada. A diferença é de 258 postos.
Em 2015 e 2016 o município registrou déficits de 6.323 e 3.860, respecti-vamente. Em 2014 o superávit foi de 1.583 vagas, em 2012 de 8.820, em 2011 de 12.684 e, em 2010, de 14.352. Nos meses de dezembro, todos os resultados anteriores a 2017 foram deficitários: de -2.046 vagas em 2016, de -2.520 em 2015, de -2.237 em 2014, de -1.289 em 2013, de -958 em 2012, de -1.207 em 2011, de -1.461 em 2010, de -1,392 em 2009 e de -1.301 em 2008.
Nos últimos 15 anos, desde 2003, o melhor resultado registrado pela economia de Ribeirão Preto ocorreu em 2010, quando a cidade contratou 109.136 pessoas e dispensou 94.784, com superávit de 14.352. Depois vem o ano de 2011, com 118.529 empregos formais criados e 105.845 extintos, saldo de 12.864. Uma ampla pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), coordenado pelo economista Gabriel Couto, mostra que nos últimos dez anos, entre 2007 e 2017, a cidade acumula déficit de 5.217 empregos formais.
O emprego em todo o Brasil
Após dois meses de resultados positivos, o Brasil fechou 43 196 vagas de emprego formal em março deste ano, de acordo com dados do Caged. O saldo negativo decorreu de 1.261.177 admissões e 1.304.373 demissões. No acumulado do primeiro trimestre, houve abertura de 179.543 postos de trabalho com carteira assinada. Em 12 meses até março, há abertura de 472.117 vagas. O Estado de São Paulo apresentou retração de 0,07%, com encerramento de 8.007 vagas.
Salário
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real (descontada a inflação) de 0,12% em março ante fevereiro, para R$ 1.571,58. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, no entanto, houve baixa de 0,51%. No acumulado do primeiro trimestre de 2019, há ganho de 1,37% acima da inflação no salário médio de admissão.
Setor de serviços registra superávit
Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia, apenas os setores de serviços e agropecuária – dois dos cinco principais setores da economia local – fecharam março no “azul”, apesar de o segundo ter um peso ínfimo na geração de vagas. Construção, comércio e indústria obtiveram os piores resultados.
A construção civil admitiu 533 operários e demitiu 718, fechando março com déficit de 185 empregos. No trimestre são 2.142 contratações e 2.059 rescisões, superávit de 83 carteiras assinadas. Em doze meses, o setor, que tem muito peso na economia de Ribeirão Preto, registra saldo de 533 postos. São 7.705 admissões e 7.172 demissões.
O comércio fechou março com déficit de 184 empregos formais, com 2.095 admissões e 2.279 demissões. No trimestre são 6.721 contratações e 7.272 rescisões, saldo negativo de 551 carteiras assinadas. Nos últimos doze meses são 28.117 novas vagas e 26.670 postos extintos, superávit de 1.447.
A indústria contratou 557 pessoas e dispensou 677 em março, déficit de 120 vagas. No trimestre são 2.026 contratações e 1.872 rescisões, saldo de 154 carteiras assinadas. Em doze meses, o setor está no “vermelho”: foram extintos 243 postos, com 7.113 contratações e 7.356 dispensas.
O setor de serviços fechou o mês com superávit de 116 vagas, resultado de 4.307 admissões e 4.191 demissões. No trimestre são 14.784 contratações e 13.149 rescisões, saldo de 1.635 carteiras assinadas. Em doze meses, acumula 4.485 postos de trabalho abertos, com 53.767 contratações e 49.282 dispensas.
A agropecuária admitiu 58 e demitiu 39, saldo de 19 novas vagas em março. No trimestre são 126 contratações e 114 rescisões, superávit de doze carteiras assinadas. Em doze meses, são apenas 29 empregos formais criados, com 419 contratos assinados e 390 rescindidos.
Dados do emprego em Ribeirão Preto
Março
Admissões: 7.562
Demissões: 7.932
Saldo: -370
Trimestre
Admissões: 25.875
Demissões: 24.559
Saldo: 1.316 *
Em doze meses
Admissões: 97.502
Demissões: 91.561
Saldo:5.946
No ano de 2018
Admissões: 96.236
Demissões: 89.278
Saldo:6.958 **
* A soma dos saldos mensais de 2019 não bate e é de 1.283 vagas
** A soma dos saldos mensais de 2018 não bate e é de 6.704 vagas