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Daesp mantém horário do Leite Lopes

ALFREDO RISK/ARQUIVO TRIBUNA

O Departamento Aerovi­ário do Estado de São Paulo (Daesp) – vinculado à Secre­taria de Logística e Transpor­tes – emitiu novo comunicado nesta quinta-feira, 19 de abril, informando que vai manter o Aeroporto Estadual Dou­tor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, em operação 24 horas por dia. A autarquia havia anunciado que, a partir de 1º de maio, durante a 26ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), o horário seria reduzido para 18 horas diárias.

Agora, o Daesp decidiu adiar a implantação do novo horário por 60 dias – o Leite Lopes terá oito horas a menos a partir de 1º de julho. A deci­são que atinge mais cinco aero­portos – São José do Rio Preto, Bauru/Arealva, Araçatuba, Marília e Presidente Prudente – foi tomada nesta quarta-feira (17), após uma reunião com as secretarias de Governo, de Tu­rismo, Logística e Transportes e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

De acordo com o Daesp, a preocupação é manter o aten­dimento à população e garantir o funcionamento do aeropor­to permitindo, assim, que os usuários e as empresas aéreas tenham mais tempo para se ajustarem antes da validade da medida sem que ninguém e/ou nenhum serviço sejam prejudicados. A partir de ju­lho, os pousos e decolagens de aviões comerciais no Leite Lo­pes serão permitidos das seis às 24 horas.

Aeródromos e companhias aéreas estão sendo informa­das. A mudança já foi autori­zada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e segue o modelo já adotado em Congo­nhas, na capital. A autarquia informa que a medida será temporária e vai atingir os 20 aeródromos administrados pelo Daesp com voos regulares – ou seja, nos outros 14 a data da mudança está mantida para 1º de maio.

Segundo o comunicado, todos os aeroportos obede­cerão aos novos horários de procedimento operacional. Diz ainda que “esta tomada de decisão é resultado do atual momento econômico na ges­tão pública do país”. De acor­do com o Daesp, a alteração também vem “da necessidade premente de ajustes estrutu­rais sob a responsabilidade do governo estadual, decisão esta que possibilita a continuidade do funcionamento dos servi­ços que os aeroportos prestam. Trata-se de medida temporária e de caráter suspensivo até a implementação de alternativas em andamento que visam a desestatização dos aeroportos.”

A partir de julho, a altera­ção deve afetar os primeiros voos da manhã no Leite Lopes, antes das seis horas, os freta­dos e o transporte de carga, que geralmente ocorre entre a meia-noite e as cinco horas da madrugada. Porém, o Da­esp informa que “fora do novo horário, os aeroportos pode­rão receber voos desde que agendados e autorizados pelos órgãos competentes.” O Leite Lopes será concedido à inicia­tiva privada.

O Aeroporto Leite Lo­pes registrou alta no fluxo de passageiros e de cargas no ano passado em comparação com 2017. Os dados mostram que passaram pelo terminal 877.356 viajantes até 31 de de­zembro de 2018. No período anterior foram 867.544. O au­mento foi de 1,13%, com mais 9.812 passageiros – a média de embarque e desembarque é de 73.113 pessoas por mês e de 2.437 por dia, mais de 100 por hora. Em 2017 a mensal era de 72.295 e a diária, de 2.409 – 100 por hora.

Os números colocam o Leite Lopes no primeiro lugar do ranking de movimentação entre os 20 aeroportos admi­nistrados pelo Daesp, sendo o quarto mais importante do estado, superado apenas pelos de Guarulhos (Cumbica), São Paulo (Congonhas) e Campi­nas (Viracopos). No transpor­te de cargas, no ano passado o Leite Lopes movimentou 1.045 toneladas – cerca de 87 tone­ladas por mês, quase três por dia –, contra 877 toneladas de 2017 – 73 t por mês, aproxima­damente 2.400 quilos por dia –, alta de 19,1% e acréscimo de 168 mil quilos. O melhor ano para o setor no aeroporto de Ribeirão Preto foi registrado em 2015, com 1.057 toneladas.

Inaugurado em 1939, atu­almente o Leite Lopes opera voos da aviação geral (execu­tiva) e regulares de empresas aéreas como Latam, Passaredo e Azul, que trabalham com ae­ronaves como o Airbus A320, E195, E 190, ATR 72. Por en­quanto, o aeródromo atende em tempo integral com voos nacionais de passageiros e de cargas. Segundo dados do Daesp, o movimento em 2017 foi o pior em sete anos, com 867.544 pessoas.

Investimentos realizados
Até agora o aeroporto re­cebeu recursos de R$ 3,94 mi­lhões por parte do governo de São Paulo. O investimento foi usado para obras de alarga­mento nas duas cabeceiras 36 e 18 (turn around), para receber aeronaves maiores, do porte dos Airbus 767 e 330. Tais in­vestimentos estão concluídos, faltando apenas a instalação de luminárias para orientação das manobras noturnas dos pilotos e a homologação da pista com os turn around pela Agên­cia Nacional de Aviação Civil (Anac).

Governo federal
O governo federal já em­penhou R$ 10 milhões no or­çamento da União deste ano e aguarda o projeto executivo do Estado para realizar todo o recape da pista do Aeropor­to Leite Lopes, o alargamen­to das pistas de taxiamento e também a ampliação do pátio de aeronaves, de 27 mil metros quadrados para 47 mil metros quadrados.

Os novos investimentos previstos são de R$ 15 mi­lhões, sendo que R$ 10 mi­lhões já estão empenhados e outros R$ 5 milhões serão para a recuperação total da pista, alargamento e reforço da área de taxiamento, am­pliação do pátio de aeronaves e o reforço com ampliação do Sistema de Combate à In­cêndio (SCI). Cerca de R$ 70 milhões virão do modelo de concessão e não mais dos co­fres públicos federais.

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