O vice-líder do governo no Congresso, o deputado federal Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP), entrou com um pedido de impeachment contra o vice-presidente Hamilton Mourão, na terça-feira (16). O pastor acusa o general da reserva de “conduta indecorosa, desonrosa e indigna” e de “conspirar” para conseguir o cargo de Jair Bolsonaro.
Um dos argumentos colocados no pedido é uma “curtida” (like) da conta de Mourão no Twitter em uma publicação da jornalista Rachel Sheherazade, do SBT. “A denúncia por crime de responsabilidade contra Mourão se deu por comportamento indecoroso em várias ocasiões. Exemplo: na medida em que ele curtiu tweet de Rachel Sheherazade, detonando com o presidente Jair Bolsonaro, o louvando como melhor opção para governar o país.”
No Twitter, o deputado chama o pedido de “tiro de alerta”. Ele lembra que Dilma Rousseff (PT) foi alvo de vários pedidos de impeachment “antes do derradeiro”. A petista foi tirada do poder em 2016.
“Ontem protocolei pedido de impeachment contra o vice-presidente Mourão. Foi um tiro de alerta!”, escreveu Marco Feliciano. “Dilma teve 19 pedidos antes do derradeiro. Espero que o General Mourão tenha postura leal com o presidente Jair Bolsonaro. Chega de conspiração, agora é hora de união!”
Feliciano, depois de passar os dois primeiros meses do governo afastado do governo – ele acusa o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), de dificultar o seu acesso ao presidente -, virou um dos mais verborrágicos e contundentes defensores de Bolsonaro no parlamento e nas redes sociais.
O pedido protocolado marca a conversão do pastor ao olavismo – termo utilizado para identificar os seguidores do professor Olavo de Carvalho. Na semana passada, o pastor esteve nos Estados Unidos e se reuniu com o filósofo ligado à direita. Olavo tem usado suas redes sociais para atacar militares e, em especial, Mourão, o qual o acusa de ser uma “paixão mórbida” pela “mídia comunista”.