Igor Miranda, entregador de refeição por aplicativo, afirmou ao Tribuna que a startup iFood não efetuou os pagamentos para parte dos entregadores que atuam como autônomos em Ribeirão Preto. Segundo ele, o atraso trata do período trabalhado entre 25 e 31 de março e que deveria ter sido pago em 5 de abril.
Os trabalhadores que atuam para a plataforma, na maioria dos casos, são autônomos e recebem um valor sobre a entrega que realizam. O Tribuna apurou que no grupo de WhatsApp que Miranda integra – com 166 entregadores – outros profissionais também não receberam o pagamento. O valor médio que cada um teria de receber no período é de R$ 600.
Segundo Igor Miranda, além da falta de pagamento, a startup só disponibiliza canal de comunicação via internet e não tem respondido aos questionamentos dos entregadores. “Está difícil falar com eles porque não respondem pelo canal digital e não tem um telefone fixo para a gente ligar”, afirma. O iFood não tem filial em Ribeirão Preto.
A reportagem do Tribuna tentou falar por telefone com a empresa, em São Paulo, mas foi informada por uma atendente que o contato deveria ser feito através do site da empresa. Entretanto, o link com o setor de comunicação indicado estava indisponível. O aplicativo de entrega de refeições iFood quer colocar comida na mesa de mais brasileiros este ano.
Empresa prevê crescimento em todo o país
Em recente entrevista à agência Estado, o presidente-executivo da empresa, Carlos Moyses afirmou que o iFood está presente hoje em 483 municípios do País, mas a startup pretende chegar a “milhares de cidades” em 2019. Para garantir esse crescimento, a companhia anunciou que pretende abrir mil vagas até o fim do ano – hoje, tem 1,4 mil pessoas trabalhando no Brasil, incluindo 650 contratadas nos últimos três meses.
Segundo o executivo, as principais áreas de contratação serão nos departamentos comercial e de tecnologia. “Vamos investir em inteligência artificial, novas funções e melhoria na logística”, disse o executivo. “Vamos melhorar o sistema de rotas para os entregadores – assim eles conseguem ser mais eficientes e os pedidos chegam mais rápido para os clientes.”
Outra área em que a empresa pretende avançar é a de pagamentos pelo aplicativo. Se for bem sucedida, conseguirá faturar mais por participar das transações, ao mesmo tempo em que reduz o uso de maquininhas de cartão. Os recursos para a expansão virão do aporte de US$ 500 milhões recebidos pela empresa em outubro – o maior para uma startup da América Latina. Na ocasião, o iFood virou um unicórnio (startup avaliada acima de US$ 1 bilhão).