A Central de Monitoramento do Núcleo de Postos da Associação Comercial e Industrial (Acirp) – que reúne 85 revendedores de combustíveis da cidade, o equivalente a 50% do mercado local – já havia informado que o etanol teve um reajuste de preço de aproximadamente 16% nas distribuidoras, e que o repasse aos consumidores seria na mesma proporção.
Depois de acumular queda de 13,1% em cerca de um mês, na semana passada o litro do hidratado registrou leve alta de 0,89% nas unidades produtoras, em plena safra da cana-de-açúcar, passando de R$ 1,6332 para R$ 1,6478, segundo o Centro de Pesquisas Econômicas (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) – vinculada à Universidade de São Paulo (USP).
Mas nesta semana o preço do hidratado disparou nas unidades produtoras. Segundo o estudo do Cepea realizado entre 5 e 12 de abril, o etanol combustível subiu 15,07%, de R$ 1,6478 para R$ 1,8962. Antes do início da safra, até meados de março, já havia registrado alta superior a 21% em cerca de dois meses. O levantamento semanal também registrou aumento de 4,34% no litro do anidro – adicionado à gasolina em 25% –, de R$ 1,8554 para R$ 1,9360.
Segundo o Núcleo de Postos da Acirp, o aumento ocorre por causa de uma corrida das distribuidoras para compra do estoque remanescente nas usinas de açúcar e álcool no estado de São Paulo. “Porém, como a safra não está consolidada, as unidades produtoras não têm mercadoria suficiente para atender à demanda, o que resulta em um aumento inesperado no preço”, diz em nota.
“O Núcleo Postos Ribeirão Preto alerta aos consumidores sobre essa mudança, que deve refletir em um aumento no valor cobrado pelo produto nas mesmas proporções nas bombas durante esta semana”, avisa. A Petrobras manteve em R$ 1,9354 o preço médio do litro da gasolina sem tributo e sem misturas nas refinarias.
Em cerca de 50 dias, o valor do derivado de petróleo havia aumentado quase 20% (cerca de 19,61%) nas unidades produtoras. A estatal também manteve o preço do óleo diesel em R$ 2,1432, depois de ter anunciado reajuste de 5,7%, para R$ 2,2662. Mas os caminhoneiros protestaram e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) barrou a correção.
O último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre os dias 7 e 13 de abril, em 108 cidades paulistas, indica o contrário. O litro do etanol custa, em média, R$ 2,694, queda de 1,13% em comparação com o valor da semana anterior, de R$ 2,725, abatimento de R$ 0,031. Nos postos bandeirados, o álcool custa entre R$ 2,70 (R$ 2,697) e R$ 3 (R$ 2,999). Nos sem-bandeira, o derivado da cana-de-açúcar é vendido entre R$ 2,65 (R$ 2,649) e R$ 2,70 (R$ 2,699).
Segundo a ANP, a gasolina ribeirão-pretana custa, em média, R$ 4,243, contra R$ 4,148 da semana anterior, alta de 2,3% e desconto de R$ 0,095. Nos postos bandeirados, custa, em média, R$ 4,30 (R$ 4,298), mas há revendedores que cobram menos (R$ 4,20, ou R$ 4,199) e outros que praticam valores mais altos – cerca de R$ 4,40 (R$ 4,399). Nos sem-bandeira, o derivado de petróleo custa, em média, entre R$ 3,95 (R$ 3,949) e R$ 4 (R$ 3,999).
Nas bombas de Ribeirão Preto, o litro do diesel custa, em média, entre R$ 3,24 e R$ 3,32 (sem-bandeira) e R$ 3,45 e R$ 3,50 (bandeirados). Segundo a ANP, o litro do produto está 2,7% mais caro na cidade. Em uma semana passou de R$ 3,426 para R$ 3,519, acréscimo de R$ 0,093. Considerando os valores médios da agência, de R$ 2,694 para o álcool e R$ 4,243 para o derivado de petróleo, ainda é mais vantajoso abastecer com etanol, já que a paridade está em 63,5% – deixa de ser vantagem encher o tanque com o derivado da cana-de -açúcar a relação chega a 70%.