Tribuna Ribeirão
Artigos

São Paulo e o desafio dos resíduos sólidos urbanos

Atualmente no Brasil, cada pessoa produz pouco mais de 1 kg de lixo por dia e a proporção per capita tem aumentado continuamente ao longo desta primeira década do milênio. É um desafio para o Governo, setor empresarial e a própria so­ciedade desenvolver um novo modelo de consumo consciente que reverta o descontrole na geração dos resíduos sólidos urbanos (RSU).

De maneira geral, no país ainda se replica práticas retró­gradas como, por exemplo, o aterramento do lixo residencial, que além da perda do terreno pode gerar possíveis contami­nações ao meio ambiente. Em 2010, foi consolidada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, depois de mais de 21 anos de discussão no Congresso Nacional. A medida buscou estrutu­rar nacionalmente um tratamento já em execução no Estado de São Paulo determinado pela Lei de Resíduos Sólidos, promulgada em 2006.

Na prática, São Paulo consegue manter o nosso Estado den­tro da conformidade jurídico-ambiental, mas precisamos fazer mais, ir além e ser o protagonista nas ações, tanto na gestão quanto no gerenciamento dos resíduos. Primeiro, vamos tra­balhar com a redução e, posteriormente, na reutilização, dando mais apoio aos processos de reciclagem (de secos e orgânicos) e, finalmente, no aproveitamento energético, diminuindo para níveis mínimos o que será disposto como rejeito.

Para implantar o que estabelecem os marcos regulatórios, a SIMA deu um importante passo ao publicar recentemente a Resolução n° 12, em 22-02-2019, que institui no âmbito da pasta o Comitê de Integração de Resíduos Sólidos, incumbido de estabelecer ações em diversas temáticas. No plano de atu­ação estabelecido, podemos destacar algumas frentes como a Revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, os arranjos regionais e soluções consorciadas entre municípios, a amplia­ção da logística reversa e a coleta seletiva além da inovação tecnológica para o tratamento de resíduos sólidos.

Nessa nova realidade que vamos construir, cabe ao Estado estimular as articulações e fomentar os arranjos regionais consorciados, uma vez que é inconcebível apostar em uma unidade de tratamento de resíduos sólidos para cada um dos 645 municípios de São Paulo. O que aparentemente parece simples, não é uma tarefa fácil. Soluções regionalizadas mos­tram-se como o melhor caminho para propiciar a otimização de recursos financeiros, humanos e tecnológicos capazes de promover a evolução nesse setor.

O CIVAP (Consórcio Intermunicipal do Vale do Para­napanema) deu um passo importante para os seus 33 municí­pios que compõem o grupo ao conquistar por meio do Fecop (Fundo Estadual Contra Poluição) uma usina móvel completa de beneficiamento de resíduos da construção civil. Após a se­paração e classificação prévia realizada pela cidade, a unidade se desloca até o local para beneficiar esses inservíveis que viram matéria básica para melhoria das estradas rurais e ou como sub-base nas ruas do município. Somente em 2018 foi beneficiado pela unidade na região 168 mil toneladas.

Na São Paulo 4.0 não vai caber mais lixo sem destinação correta, indústria sem logística reversa e coleta que não seja seletiva ou tenha destinação justa. Para ser a locomotiva sustentável do Brasil, acelerar rumo ao futuro cada vez mais reciclável e gerar valor social, trabalho, renda e cidadania, São Paulo conta com a preciosa participação de todos os paulistas nessa mais que necessária empreitada.

Postagens relacionadas

Abuso de autoridade!

William Teodoro

Ele afinou? Que nada!

Redação 1

A Barcelona de Gaudi

Redação 5

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com