Tribuna Ribeirão
Política

Educação domiciliar vai depender de desempenho

Wilson Dias/Agência Brasil

O projeto de lei preparado pelo governo para regular a educação domiciliar prevê que alunos com baixo desempenho não poderão prosseguir nessa forma de ensino. O texto da proposta, obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo, prevê que alunos que forem reprovados por dois anos seguidos não terão registro renovado para continuar com as aulas em casa. A punição também se aplica para alunos que tiverem de fazer, por três anos consecu­tivos, provas de recuperação.

O ensino domiciliar atual­mente é considerado ilegal no País. Embora a prática não seja reconhecida, estimativas indi­cam que atualmente cerca de 5 mil crianças tenham aulas em casa. Preparado pelo Ministério da Mulher, da Família e Direi­tos Humanos em conjunto com o Ministério da Educação, o texto prevê que famílias interes­sadas nessa forma de ensino te­nham de fazer um registro. Para que a autorização seja concedi­da, serão exigidos documentos como certidão de antecedentes dos pais e uma declaração for­mal, optando pela educação domiciliar.

A proposta prevê ainda avaliações periódicas. Uma vez aprovados, o aluno receberá o certificado. Quan­do o aproveitamento não for satisfatório, será realizada uma prova de recuperação. Pelo plano do governo, todos os prazos para avaliação serão definidos pelo MEC.
O texto preparado prevê ainda que o estudante matri­culado na educação domiciliar tenha direito de participar das avaliações do MEC. Para o go­verno, cabe à família decidir qual a melhor forma de ensino para seus filhos. A educação domiciliar é uma reivindicação, entre outros grupos, de famílias evangélicas e católicas.

A ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, é uma das principais vozes em defesa do home schooling no País. Ela também frequentemente pede que as famílias assumam mais a educação dos filhos e que a escola não discuta temas como gênero e sexualidade. A avaliação dos alunos em homeschooling acontece em alguns Estados nos Estados Unidos, país com o maior nú­mero de estudantes em casa. São 2 milhões de crianças e jovens. Especialistas interna­cionais dizem que a avaliação é importante para garantir a qualidade da educação.

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