Tribuna Ribeirão
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MP conclui que Adélio pode ter pena menor

O Ministério Público Federal em Juiz de Fora (MG) concluiu que Adé­lio Bispo de Oliveira, réu confesso da tentativa de assassinato do presi­dente Jair Bolsonaro em setembro do ano passado, é semi-imputável. De acordo com o MP, Bispo pode ser enquadrado criminalmente, mas com redução de pena devido aos transtornos mentais apontados em laudos médicos.

O procurador Marcelo Medina enviou nesta terça-feira o parecer sobre o caso para a Justiça Federal. Adélio atingiu Bolsonaro com uma facada na região do abdômen du­rante evento de campanha do então candidato à Presidência em Juiz de Fora. Bolsonaro passou por três cirurgias em decorrência do ataque, sendo a última em janeiro deste ano.

O parecer, que é mantido sob sigilo, levou em conta sete laudos e pareceres sobre a saúde mental de Adélio. As conclusões apontadas pela Promotoria vão embasar a decisão judicial sobre a possível punição do agressor de Bolsonaro.

Investigadores responsáveis pelo caso, no entanto, disseram que há várias divergências nos laudos sobre o estado mental de Adélio.

O laudo produzido por ordem judicial informa que Adélio sofre de “transtorno delirante permanente paranoide”. A conclusão confirma, pelo menos em parte, laudo elabora­do por perito particular indicado pela defesa de Adélio em 2018.

A decisão sobre o assunto caberá a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, onde tramita um procedi­mento aberto a pedido da defesa para saber se Adélio realmente tem problemas mentais. O mesmo juiz é responsável pela ação penal aberta contra Adélio, que foi denunciado com base na lei de segurança nacional.

A Polícia Federal ainda mantém em aberto o segundo inquérito instaurado para checar se o garçom teve ajuda de terceiros na tentativa de matar Bolsonaro, em 6 de setembro do ano passado, durante um ato de campanha em Juiz de Fora. Até o momento, a polícia não encontrou um único in­dício de que Adélio tenha recebido ordens ou ajuda de outra pessoa para cometer o crime. A tendência da investigação é confirmar a conclusão do primeiro inquérito, ou seja, Adélio agiu sozinho.

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