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Profissão professor: os desafios de formação

O que fazer com uma profissão na qual seus profissionais não recomendam a sua própria atividade? E que caminho tomar, frente a um cenário de desafios, para que aqueles que escolhem a docência possam ser valorizados e terem segurança na carreira?

Pois bem, este desafio está posto e não é de hoje que a “Pro­fissão Professor” é debatida. Atualmente, são mais de 2,5 milhões de professores e 78% têm curso superior completo. A maior parte destes docentes está concentrada na educação básica, tendo as mulheres como maioria, com uma média de 35 anos de idade.

Os desafios da profissão não se concentram somente em ques­tões de reconhecimento ou valorização profissional pela remune­ração e progressão na carreira, mas também apresentam pontos sensíveis quanto às condições de trabalho e formação.

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Todos pela Educação, no ano passado, apenas 29% dos docentes consulta­dos indicaram ter preparo adequado para enfrentar a profissão quando ingressaram em sala de aula. Ainda, pela pesquisa realizada, fica evidente a necessidade de aprimoramento de conhecimento sobre didáticas específicas das disciplinas, co­nhecimento prático e fundamentos e métodos de alfabetização, demonstrando a necessidade de revisar os currículos dos cur­sos de pedagogia e de licenciaturas para formar profissionais mais preparados e conectados com a atualidade.

Nos últimos anos, a educação básica tem tomado grande parte do debate público e das políticas que atuaram na revisão e na proposta de novas bases, tanto para o ensino fundamental, como para o ensino médio. Acompanhando este movimento, o Ministério da Educação trabalha com medidas que indicam uma nova fase para a formação de professores no País.

Uma base comum foi apresentada focada em três eixos: conhecimento, prática e engajamento. Esses pontos têm por obje­tivo nortear a formação docente, sobretudo indicando caminhos em que a qualidade da formação e a valorização profissional sejam prioridades. Além desses pontos, a proposta indica mudan­ças no tempo de formação inicial para o curso de pedagogia: dois anos de formação comum, um ano de aprofundamento em cada etapa da educação em que o professor queira se dedicar e outro para assuntos relacionais à gestão escolar.

Tais mudanças, que passam por aprimoramentos, podem es­timular tanto o professor quanto o aluno. Ao focar novas práticas, novas metodologias e experimentações bem-sucedidas, o poten­cial inovador dos novos currículos podem garantir professores mais conectados com a prática docente e alunos mais interessa­dos, tornando a sala de aula mais atrativa para todos.
Para que essas propostas possam avançar são necessá­rios o alinhamento e a articulação entre os setores público e privado, pois esta política tem potencial transformador e é indispensável que as instituições de ensino estejam compro­metidas com o seu sucesso.

Segundo dados do último Censo da Educação Superior do MEC, 75% das matrículas estão concentradas em instituições de ensino da rede privada, demonstrando a importância desta articulação com as faculdades, centros universitários e uni­versidades brasileiras e com os demais sistemas de educação, pois são nos municípios onde esses profissionais mais atuam.
A formação dos professores precisa articular a teoria e a prática para alavancar a melhora dos resultados dos alunos e indicar um itinerário formativo de qualidade, que garanta ao futuro professor um desenvolvimento profissional seguro. São pontos essenciais para que, em um futuro breve, possamos ter no Brasil, um novo cenário e quiçá, um cenário em que os professores possam recomendar o exercício de sua profissão.

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