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RP já registra 23 furtos em escolas

ALFREDO RISK

Bandidos invadiram duas unidades da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto neste final de semana, levaram a fiação elétrica, deixaram as escolas sem energia e cerca de 1,2 mil alunos sem aula. Já são 23 ocorrências somente neste ano, segundo a Secretaria Mu­nicipal da Educação, contra 49 de 2018 inteiro – o número atual representa quase 47% dos crimes cometidos no período anterior. Os casos são investi­gados pela Polícia Civil.

Neste ano já foram registra­dos nove casos em janeiro, três em fevereiro, oito em março e três em menos de dez dias de abril. Das 23 ocorrências de 2019, a subtração de cabos de cobre corresponde a oito, 34,8% do total, segundo a pró­pria Secretaria Municipal de Educação. No final de sema­na, dois furtos ocorreram na Zona Oeste de Ribeirão Preto. Um deles foi na Escola Muni­cipal de Ensino Fundamental (Emef) Professora Neuza Mi­chelutti Marzola, na rua Con­de de Irajá, onde 1,2 mil alunos ficaram sem aula nesta segun­da-feira (8), e o outro ocorreu no Centro de Educação Infan­til (CEI) Alaor Galvão César, na avenida Pio XII, que atende 148 crianças.

As duas unidades ficam na Vila Virgínia – a creche já havia sido invadida na última quinta-feira (4) e voltou a ser alvo dos criminosos no sábado (6). Além dos prejuízos causa­dos à administração, as ocor­rências deixam pais de alunos apreensivos, tanto por causa da integridade das crianças quanto por não saberem onde deixar os filhos quando as es­colas ficam temporariamente fechadas. Muita gente recla­mou ontem.

O promotor Luiz Henrique Pacini Costa, da Promotoria da Infância e da Juventude, lem­bra que há dois anos o Minis­tério Público Estadual (MPE) vem desenvolvendo ações com blitze e autuações de depó­sitos que compram esse tipo de produto. Ele garante que a fiscalização e as incursões em ferros-velhos será reforçada. Ele ressalta que os donos des­tes estabelecimentos podem ser presos por receptação, além do fechamento do comércio.

A Secretaria Municipal da Educação diz, em nota enviada ao Tribuna, que pediu reforço à Polícia Militar e à Guarda Civil Municipal. A corporação diz que os os furtos ocorrem à noite e aos finais de semana, fora do horário de expedien­te, e não colocam em risco a integridade dos alunos, mas que seria necessário triplicar o efetivo da corporação – hoje são 236 servidores – para que todas as 109 escolas da rede de ensino fossem vigiadas cons­tantemente. Para ele, a saída é investir em tecnologia – câme­ras de monitoramento.

Algumas unidades já so­freram mais de um furto neste ano, caso da Emei Maria Pon­tim, com seis ocorrências, e do Cemei Professor Eduardo Ro­mualdo de Souza, com quatro ocorrências – um estudante de 13 anos morreu em novem­bro supostamente vítima de descarga elétrica – e a pró­pria Alaor Galvão César, com dois somente na semana pas­sada. Para o promotor Pacini Costa, a maioria dos furtos ligados a cabos de cobre é co­metida por usuários de drogas e visa a manutenção do vício. A compra por parte de ferros-velhos, segundo ele, acaba esti­mulando a prática.

Ainda na nota enviada ao Tribuna, a Secretaria Muni­cipal da Educação informa que os reparos foram realiza­dos ontem para possibilitar o retorno das atividades nas unidades já nesta terça-feira (9). No comunicado, informa “que, ainda na segunda-feira (8), funcionários da Secretaria Municipal Infraestrutura fa­rão reparos na rede elétrica do próprio público, para garantir o retorno às aulas dos 1,2 mil alunos matriculados nos três turnos, na terça-feira (9), e que eles não serão prejudicados, já que as aulas serão repostas.”

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