O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes – emitiu comunicado informando que vai reduzir o horário de funcionamento do Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, de 24 para 18 horas, a partir de 1º de maio, durante a 26ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), que começa em 29 de abril e vai até dia 3 do mês seguinte.
Os pousos e decolagens de aviões comerciais no Leite Lopes serão permitidos das seis às 24 horas. Aeródromos e companhias aéreas estão sendo informados. A mudança já foi autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e segue o modelo já adotado em Congonhas, na capital. A autarquia informa que a medida é temporária e atinge os 20 aeródromos administrados pelo Daesp com voos regulares.
Entre eles estão os de São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Marília, Bauru, Araçatuba, Avaré, São Manoel, Registro, Andradina, Presidente Epitácio, Assis, Dracena, Tupã, Araraquara, Franca, São Carlos, Sorocaba, Penápolis e Votuporanga. Segundo o comunicado, todos os aeroportos obedecerão aos novos horários de procedimento operacional. Diz ainda que “esta tomada de decisão é resultado do atual momento econômico na gestão pública do país”.
Nesta semana, o governo estadual anunciou medidas que serão adotadas para reduzir o déficit orçamentário de 2019, que atualmente está em R$ 10,5 bilhões por causa de receitas incertas e superestimadas pela administração anterior, segundo a atual gestão. Em janeiro, já havia anunciado um contingenciamento de R$ 5,7 bilhões das despesas, dos quais R$ 3 bilhões em investimento e R$ 2,7 bilhões em custeio, mas preservou os serviços essenciais à população como saúde, educação e segurança pública.
Além disso, o governo foi obrigado a alocar R$ 4,76 bilhões destinados a investimentos para dezembro de 2019. Segundo o Daesp, a alteração também vem “da necessidade premente de ajustes estruturais sob a responsabilidade do governo estadual, decisão esta que possibilita a continuidade do funcionamento dos serviços que os aeroportos prestam. Trata-se de medida temporária e de caráter suspensivo até a implementação de alternativas em andamento que visam a desestatização dos aeroportos.”
Assinam o documento o superintendente do Daesp, Antonio Claret de Oliveira, o procurador da autarquia, Jorge Miguel, e o diretor de Operações Aeroportuárias, Jamil Abukater. No Leite Lopes, a alteração deve afetar os primeiros voos da manhã, antes das seis horas, os fretados e o transporte de carga, que geralmente ocorre entre a meia-noite e as cinco horas da madrugada. Porém, o Daesp informa que “fora do novo horário, os aeroportos poderão receber voos desde que agendados e autorizados pelos órgãos competentes.”
O Aeroporto Leite Lopes registrou alta no fluxo de passageiros e de cargas no ano passado em comparação com 2017. Os dados mostram que passaram pelo terminal 877.356 viajantes até 31 de dezembro de 2018. No período anterior foram 867.544. O aumento foi de 1,13%, com mais 9.812 passageiros – a média de embarque e desembarque é de 73.113 pessoas por mês e de 2.437 por dia, mais de 100 por hora. Em 2017 a mensal era de 72.295 e a diária, de 2.409 – 100 por hora. Os números colocam o Leite Lopes no primeiro lugar do ranking de movimentação entre os 20 aeroportos administrados pelo Daesp, sendo o quarto mais importante do estado, superado apenas pelos de Guarulhos (Cumbica), São Paulo (Congonhas) e Campinas (Viracopos).
No transporte de cargas, no ano passado o Leite Lopes movimentou 1.045 toneladas – cerca de 87 toneladas por mês, quase três por dia –, contra 877 toneladas de 2017 – 73 t por mês, aproximadamente 2.400 quilos por dia –, alta de 19,1% e acréscimo de 168 mil quilos. O melhor ano para o setor no aeroporto de Ribeirão Preto foi registrado em 2015, com 1.057 toneladas.
Inaugurado em 1939, atualmente o Leite Lopes opera voos da aviação geral (executiva) e regulares de empresas aéreas como Latam, Passaredo e Azul, que trabalham com aeronaves como o Airbus A320, E195, E 190, ATR 72. Por enquanto, o aeródromo atende em tempo integral com voos nacionais de passageiros e de cargas. Segundo dados do Daesp, o movimento em 2017 foi o pior em sete anos, com 867.544 pessoas.