Depois do recuo do convite à defensora de direitos humanos Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, está diante de uma nova polêmica. Na última quarta-feira, 27, ele empossou o delegado federal aposentado Wilson Sales Damázio, que foi criticado por declarações controversas sobre abuso de mulheres pela polícia e homossexualidade.
A nomeação de Damázio ocorreu em fevereiro juntamente com a de Ilona Szabó. O nome dela, porém, foi retirado do conselho após pressão da rede bolsonarista na internet e do próprio presidente Jair Bolsonaro.
Em junho de 2013, Damázio foi exonerado do cargo de secretário de Defesa Social de Pernambuco após associar, numa entrevista ao Jornal do Commercio, a homossexualidade a um “desvio de conduta” E, questionado sobre um caso de abuso sexual praticado por policiais, disse que “o policial exerce um fascínio no dito sexo frágil. Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda”.
“Quer dizer: desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que a homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge ao padrão de comportamento da família brasileira tradicional”, disse na época.
Na terça-feira, o site da revista Época lembrou a polêmica travada por Damázio no Recife. As declarações dele foram dadas em uma entrevista para uma série de reportagens que mostrou o cotidiano de jovens exploradas sexualmente desde a infância, nos 80 anos de Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre.