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STJ julga indenização a caseiro Francenildo

BETO BARATA/ ESTÃO CONTEÚDO/ ARQUIVO

Treze anos depois de vir à tona que a Caixa Econômica Federal quebrou o sigilo ban­cário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai julgar um recurso em que o banco tenta reverter as der­rotas sofridas até aqui. Pivô na demissão do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci no primeiro governo de Luiz Iná­cio Lula da Silva (2003-2006), o caseiro acumula decisões que podem render a ele R$ 400 mil em indenização.

O novo capítulo dessa novela está marcado para 12 de março, quando o caso será avaliado pela Terceira Turma do STJ. Em setembro de 2010, a Justiça Federal do Distrito Federal deu vitória a “Nildo” – como é conhecido entre os amigos e familia­res –, classificando a quebra de seu sigilo bancário como ilegal e fixando uma indeni­zação por danos morais de meio milhão.

Cinco anos depois, o Tri­bunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve a condenação da Caixa Eco­nômica, mas reduziu o valor para R$ 400 mil. Francenildo revelou, em 2006, que Palocci frequentava uma residência onde representantes da cha­mada “República de Ribei­rão Preto” se reuniam para organizar reuniões, festas e partilhar dinheiro entre cor­religionários.

“Vi pacotes de notas de R$ 100 e R$ 50”, disse. Após as de­clarações, o sigilo bancário do caseiro foi quebrado mostran­do um saldo de R$ 38 mil em sua conta, o que gerou rumores na época sobre os motivos pe­los quais Francenildo dos San­tos Costa teria feito a acusação.

O então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, revelou depois em depoimento que entregou a Palocci o extrato da conta poupança. A crise derrubou o ministro e ex-prefeito de Ribeirão Preto e a Polícia Fe­deral concluiu que o ex-ho­mem forte – e hoje principal acusador e delator – de Lula foi o mandante da quebra ile­gal de sigilo.

“Tem de botar o barco para frente, que seja o que Deus quiser”, disse France­nildo Costa recentemente. O banco estatal informou que “não comenta ações judiciais em andamento” e a defesa de Palocci afirmou que ele cola­bora com a Justiça.

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