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BC encontra R$ 396,75 nas contas de Paulo Preto

GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO

O Banco Central bloqueou nesta quinta-feira, 21, R$ 396,75 do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, opera­dor do PSDB. A juíza Gabriela Hardt havia ordenado o confis­co de R$ 100 milhões do enge­nheiro, preso na terça-feira, 19, na Operação Ad Infinitum, 60ª fase da Lava Jato.

Três contas de Vieira de Souza foram pesquisadas pela malha fina do Banco Central. Em uma delas foram encontra­dos R$ 396,75. Em duas contas, nem saldo havia.

A Ad Infinitum fez buscas em endereços ligados ao ex-mi­nistro Aloysio Nunes Ferreira (Governo Temer/Relações Ex­teriores), que presidia a Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimento e Competitividade) do governo João Doria. Após ser alvo da Operação, Aloysio pediu demis­são da Investe São Paulo.

Vieira de Souza já havia sido preso duas vezes pela Lava Jato em São Paulo. O ex-diretor da Dersa já é réu de duas ações pe­nais da Lava Jato em São Paulo: uma sobre desvios de R$ 7,7 milhões que deveriam ser apli­cados na indenização de mora­dores impactados pelas obras do Rodoanel Sul e da ampliação da avenida Jacu Pêssego e outra sobre cartel em obras viárias do Estado e do Programa de De­senvolvimento do Sistema Viá­rio Metropolitano.

Desta vez, Vieira de Souza foi capturado por suspeita de la­vagem de dinheiro. A juíza fede­ral Gabriela Hardt afirmou que a ordem de prisão foi decretada com base em provas e indícios do envolvimento de Vieira de Souza com os crimes de cor­rupção e lavagem de dinheiro, relacionados ao setor de propi­nas da Odebrecht e que, por isso, “foge ao alcance” das decisões do ministro Gilmar Mendes, do Su­premo, que mandou soltar duas vezes o investigado após prisões em processos abertos em São Paulo, relacionados a desvios no setor rodoviário.

A Procuradoria da Repúbli­ca afirmou que o ex-diretor da Dersa manteve R$ 131 milhões em quatro contas no banco Bordier & CIE, de Genebra, em nome da offshore pana­menha Groupe Nantes SA, da qual o operador é beneficiário econômico e controlador. As contas foram abertas em 2007 e mantidas até 2017.

Ligado a governos do PSDB no Estado, ele foi diretor da Desenvolvimento Rodoviá­rio S.A (Dersa), estatal paulis­ta. Suas relações com tucanos é muito antiga. Ele desfruta da fama de que detém informa­ções privilegiadas.

Defesa
O ex-ministro Aloysio Nu­nes Ferreira, presidente da In­veste São Paulo, disse que ainda “não teve acesso às informa­ções” da Operação Ad Infini­tum, a fase 60 da Lava Jato. Se­gundo o tucano, o delegado da Polícia Federal que conduziu as buscas em sua residência nes­ta terça, 19, “foi muito cortês”, mas não revelou a ele os moti­vos da diligência. “O inquérito está em segredo, eu estou bus­cando saber o que há.”

Aloysio negou ter recebi­do cartão de crédito da conta do operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, preso na Ad Infinitum.

Já o PSDB “esclarece que não é parte no processo em questão e não mantém qual­quer tipo de vinculo com o Sr. Paulo Vieira, jamais recebeu qualquer contrapartida de em­presas nem autorizou terceiros a fazê-lo em seu nome. Os re­cursos recebidos pelo partido, em período eleitoral ou não, foram doados de maneira ab­solutamente legal e declarados à Justiça Eleitoral, respeitando a legislação vigente.”

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