Tribuna Ribeirão
Economia

IPCA-15 é o mais baixo para fevereiro desde o Plano Real

A alta de 0,34% regis­trada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em fe­vereiro foi a mais baixa para meses de fevereiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. A informação é do Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE), que divulgou o indicador de inflação na manhã desta quinta-feira, dia 21.

Em fevereiro de 2000, o indicador do IBGE tam­bém havia avançado 0,34%. Neste ano, repete, portanto, o do mesmo mês de 2000. Em 2018, a inflação medida pelo IPCA-15 havia sido de 0,38% no mês do carnaval. O resultado atual ficou leve­mente abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consulta­dos pelo Projeções Broadcast, calculada em 0,35%, e dentro do intervalo das previsões, de 0,22% a 0,48%.

A taxa acumulada em 12 meses arrefeceu de 3,77%, em janeiro, para 3,73 em fevereiro, abaixo do centro da meta de 4,25% perseguida pelo Banco Central para o Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As projeções para o IPCA-15 em 12 me­ses iam de avanço de 3,64% a 3,87%, com mediana de 3,75%.

A conta de luz voltou a subir em fevereiro, após quatro meses seguidos de recuo, e aumentou 0,38% este mês. Desde dezem­bro, permanece em vigor a ban­deira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, lembrou o IBGE. O gru­po Habitação passou de elevação de 0,08% em janeiro para 0,18% em fevereiro. O gás encanado ficou 3,91% mais caro, devido a reajustes no Rio de Janeiro e em São Paulo.

As famílias brasileiras gas­taram 0,64% mais com ali­mentação em fevereiro, após os preços já terem subido 0,87% em janeiro. O grupo deu a segunda maior contri­buição para o IPCA-15 do mês, 0,16 ponto percentual, atrás apenas de Educação, que teve alta de 3,52% e im­pacto de 0,17 ponto percen­tual. O custo da alimentação no domicílio subiu 0,68% em fevereiro, após a alta de 1,07% registrada em janeiro.

As famílias pagaram menos pelas carnes (-0,28%) e pelo tomate (-20,32%). A principal pressão positiva entre os pro­dutos alimentícios no IPCA- 15 de fevereiro foi do feijão-ca­rioca, com avanço de 34,56% e impacto de 0,06 ponto percen­tual. Em Ribeirão Preto, o pro­duto chega a ser encontrado a R$ 11,90 nas prateleiras de al­guns supermercados.

Também houve aumen­tos relevantes na batata-in­glesa (12,39%) e nas frutas (2,33%). A alimentação fora de casa teve leve aceleração, de 0,53% em janeiro para 0,58% em fevereiro. O destaque foi a refeição consumida fora de casa, que registrou elevação de 0,78% em fevereiro, ante uma alta de 0,39% em janeiro.

Mais pobres
O aumento nos preços dos alimentos e reajustes em tari­fas de transporte coletivo pe­nalizaram mais os brasileiros mais pobres em janeiro, se­gundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que as famílias com renda mais bai­xa sentiram uma inflação de 0,41% em janeiro. No mesmo período, o custo de vida au­mentou 0,25% para as famí­lias de renda mais elevada. O IPCA, apurado pelo IBGE, fi­cou em 0,32% em janeiro.

O indicador separa por seis faixas de renda familiar as va­riações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.566,24 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 15 662,44, no caso da renda mais alta. A taxa de inflação das famílias de renda mais baixa acumulada em 12 meses até janeiro de 2019 ficou em 3,72%, ainda mais baixa que a da faixa de consumido­res mais ricos, de 3,81% no pe­ríodo. O IPCA acumulado em 12 meses até janeiro de 2019 foi de 3,78%.

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