Em menos de três dias, o governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) perdeu dois integrantes do primeiro escalão. Entre sexta-feira (8) e esta segunda-feira, 11 de fevereiro, os secretários municipais do Meio Ambiente, Otávio Okano, e da Infraestrutura, Alexandre Betarello, pediram para deixar a equipe tucana. Os novos titulares das pastas serão anunciados na manhã desta terça-feira (12).
Desde que assumiu o Palácio Rio Branco, em 1º de janeiro de 2017, já são 12 mudanças no governo de Duarte Nogueira. As portarias de exoneração dos dois agora ex-secretários foram publicadas no Diário Oficial do Município (DOM) de ontem. Otávio Okano alega motivos pessoais e o fato de estar cansado e precisar reduzir o ritmo de trabalho.
Engenheiro, é servidor público estadual concursado da Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) – foi gerente regional e estadual da autarquia – e ontem a tarde já havia se apresentado ao antigo trabalho. “Nos últimos 18 anos, trabalhei como gestor e estou precisando diminuir a intensidade de minhas atividades profissionais. Por isso decidi sair”, afirma.
Okano havia conversado com a reportagem do Tribuna na noite de sexta-feira, por telefone. No entanto, por respeito ao prefeito, pediu para que a notícia só fosse divulgada após a publicação no Diário Oficial do Município. Nesta segunda-feira, ele confirmou sua decisão.
Já o arquiteto Alexandre Betarello disse que a sua saída faz parte de uma renovação natural e que voltará para a iniciativa privada. Sobre sua gestão de dois anos à frente da Secretaria de Infraestrutura, diz que está deixando tudo preparado para que seu sucessor consiga fechar grande parte dos buracos da malha viária da cidade.
Ele cita a licitação de R$ 2,7 milhões, com recursos próprios da administração, para a recuperação de 13 quilômetros de vias, em 53 trechos de 14 bairros. “Estamos deixando tudo pronto para o novo secretário poder trabalhar”, emenda. Ele também nega que sua saída tenha sido provocada pelo desgaste político que a administração municipal enfrenta por causa dos buracos.
Meio Ambiente e Infraestrutura
Durante a gestão de Otávio Okano à frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ribeirão Preto, que em 2017 havia despencado 40 posições no Ranking Ambiental do Programa Município Verde Azul (PMVA) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA), conseguiu se recuperar e agora ocupa a 41ª posição. A colocação é resultado da avaliação técnica das informações fornecidas pelas prefeituras, com critérios pré-estabelecidos de medição da eficácia das ações executadas. A nota de Ribeirão Preto, que fechou 2017 em 69.42, saltou para 85.63 no ano passado. Mas a cidade peca em arborização e a pasta vem sendo cobrada para que o plantio de mudas seja mais uniforme, atingindo todas as regiões do município. Ainda durante a gestão de Okano, a prefeitura anunciou, por meio da Secretaria da Casa Civil, que busca interessados em fechar uma Parceria Público-Privada (PPP) para administrar o Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto. Em 2017, por meio de uma ação impetrada pelo Grupo de Atuação Especial em Defesa do Meio Ambiente (Gaema), o Morro do São Bento chegou a ser fechado para visitação por causa dos riscos de incêndio – vários prédios não tinham o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Recentemente, o dos Elefantes da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, revelou interesse em levar a elefanta Bambi para lá. O Estado recomendou a permanência da aliá. Infra-estrutura – Desde que assumiu o cargo o secretário municipal da Infra-estrutura, Alexandre Betarello enfrentou dificuldades para fechar os buracos do asfalto na cidade. Segundo dados da Administração Municipal dos 1.500 quilômetros de ruas e avenidas pavimentadas em Ribeirão Preto, 225, ou seja, 15% apresentam problemas como, deteriorização ou buracos na malha viária. Diariamente, segundo a secretaria municipal de Infra-estrutura são fechados 800 buracos nas ruas e avenidas. No dia 24 de janeiro, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Operação Tapa-Buracos na cidade, disse que a prefeitura não tinha condições de executar integralmente os serviços, segundo todas as normas técnicas exigidas para o serviço especificadas pela Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT). Citou como exemplo a falta de rolos para compactação da massa asfáltica aplicada e disse que “fazia remendos”. O município tem apenas um rolo compactador. quando precisaria no mínimo de quatro.
As mudanças no governo tucano
A última mudança no primeiro escalão do governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) havia sido em 29 de janeiro. Ângelo Roberto Pessini Júnior acumulava o comando das secretarias municipais de Administração e dos Negócios Jurídicos e decidiu ficar apenas como titular da segunda pasta. Em seu lugar assumiu a secretária adjunta Marine Oliveira Vasconcelos. Em 9 de outubro, o vice-prefeito Carlos Cezar Barbosa (PPS) deixou o cargo de secretário municipal de Assistência Social, sendo substituído por Guido Desinde Filho, gestor do programa social do Restaurante Bom Prato. Antes, em 26 de junho, o jornalista Guto Silveira deixou a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) foi para Departamento de Água e Esgotos (Daerp). A também jornalista Rennata Bianco assumiu a chefia da CCS. O governo tucano também promoveu alterações na própria Secretaria de Negócios Jurídicos, em 11 de maio de 2018, quando Alexsandro Fonseca Ferreira deu lugar a Pessini Júnior, e nas pastas de Cultura, Educação, Planejamento e Gestão Pública e Infraestrutura. Em 24 de abril do ano passado, Pedro Luiz Pegoraro deixou a Secretaria Municipal de Infraestrutura, mas continua como titular da pasta de Obras Públicas. Deixou a “Infra” para se dedicar integralmente ao Programa de Aceleração do Crescimento II – PAC da Mobilidade Urbana, do governo federal, que prevê financiamento de R$ 310 milhões em Ribeirão Preto. Foi substituído por Alexandre Betarello, da Coordenadoria de Limpeza Urbana (CLU), que posteriormente cedeu o cargo para Edson Galan Mielli. Em 2017 o governo tucano sofreu três baixas no primeiro escalão. Em 29 de novembro, Suely Vilela pediu demissão e deixou a Secretaria Municipal da Educação, sendo substituída por Luciana Andrade Rodrigues. No final de junho, José Carlos Ferreira de Oliveira Filho deixou o cargo de secretário municipal da Cultura e foi substituído pela bailarina Isabella Pessotti. Em agosto, foi a vez de Ruy Salgado Ribeiro deixar a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública. Foi substituído por Edsom Ortega Marques, que estava na presidência da Companhia Habitacional Regional (Cohab-RP) e passou o cargo para Nilson Rogério Baroni.