A Promotoria da Habitação e Urbanismo também pretende retomar as ações para a recuperação e destinação do antigo Hotel Brasil, localizado na esquina da rua General Osório com a avenida Jerônimo Gonçalves. Construído na década de 1921, o imóvel está desativado e abandonado há quase 26 anos, desde 1993, e, segundo o promotor Wanderley Trindade, já passou da hora de o imóvel ser restaurado e ter uma destinação.
Para isso, ele irá se reunir com os proprietários na tentativa de encontrar uma solução para o antigo hotel, tombado como patrimônio cultural pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) em agosto de 1991. Conhecido por ter hospedado autoridades políticas e times de futebol como o Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e Vasco da Gama entre os anos 1930 e 1955 – de acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal –, o imóvel pertence ao empresário Maurício Marcondes de Oliveira.
Atualmente, a estrutura apresenta portas e janelas quebradas, além do teto danificado. Além dele, outros prédios abandonados na região central também fazem parte do projeto de revitalização. “Vamos concluir o levantamento de todos os imóveis e conversar com seus proprietários”, afirma o promotor. De acordo com o arquiteto Claudio Henrique Bauso, membro do Conppac, desde a desativação do hotel foram realizadas várias tentativas para a ocupação do espaço.
Entretanto, nenhuma delas deu resultado. A mais recente, segundo ele, aconteceu em 2010, quando a prefeitura de Ribeirão Preto tentou realizar uma permuta com os proprietários e instalar um centro cultural no local. “Estava quase tudo certo, mas por problemas ligados ao imóvel o projeto não deu certo”, relembra.
Histórico do Hotel Brasil
O pedido para aprovação do projeto de construção de um grande hotel, de propriedade de Vicente Viccari, foi encaminhado à prefeitura em abril de 1921. Neste mesmo ano, o projeto do engenheiro Antônio Soares Romêo foi aprovado pelo então prefeito João Rodrigues. Foi arrendado ainda nos anos 1930 por José Antonio Chinez, imigrante chinês. Posteriormente foi arrendado por Pedro Sinivaldi, imigrante italiano e, Antonio Sacramento, imigrante português que locou o hotel até o ano de 1945.
Em seguida os irmãos da família Belíssimo – José, Felipe e Antonio –permaneceram a frente dos negócios até falecerem. Mais tarde, os filhos de Antonio Belíssimo, Paulo, José e Luiz ficaram como sucessores do arrendamento até o ano de 1982. Antes da família Marcondes, o último locatário do Hotel Brasil foi Sebastião Gualberto Machado e seus filhos Marco e João Gualberto (organização Hoteleira Machado de Campos Ltda.).