Segundo depoimento do secretário municipal de Infraestrutura, Alexandre Betarello, nesta quinta-feira, 24 de janeiro, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores que investiga a Operação Tapa -Buracos, a prefeitura de Ribeirão Preto não tem condições de executar integralmente os serviços.
Ele afirma não ser possível seguir todas as determinações exigidas para o serviço, especificadas pela Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT). Betarello citou como exemplo a falta de rolo-compressor para a compactação da massa asfáltica aplicada nos buracos.
Hoje esse trabalho acaba sendo feito pelos próprios veículos que efetuam os reparos nas ruas ou avenidas. Atualmente, o município tem apenas um rolo compactador, mas precisaria de no mínimo quatro para atender a todas as especificações.
Atualmente, a operação emergencial, denominada pelo secretário como “colocação de remendos”, é realizada por quatro equipes da própria Secretaria Municipal de Infraestrutura. “O procedimento que fazemos é emergencial”, disse Betarello. Ele ressalta ainda que a prefeitura promoveu um processo licitatório – registro de preços – no valor de R$ 3,2 milhões para contratar uma empresa responsável por fazer o recorte do buraco, para somente depois ser aplicado o asfalto.
Na próxima semana, segundo o secretário, deverá ser assinado o contrato com a empresa. Sobre a falta de equipamentos, Betarello diz que “a melhor maneira de otimizar e dar mais qualidade para o serviço é através da iniciativa privada”.
Questionado pelo presidente da CPI do Tapa-Buracos, Alessandro Maraca (MDB), sobre em quanto tempo será possível efetuar os reparos em toda a malha viária, o secretário afirmou ser impossível, “em qualquer tempo”, acabar 100% com o problema.
“O secretário foi evasivo em várias propostas e não descartamos convocá-lo novamente”, disse o parlamentar. A próxima etapa será a realização de uma vistoria em local ainda a ser definido, onde as equipes da Operação Tapá-Buracos trabalham.
A CPI também conta com a participação de Orlando Pesoti (PDT), Jean Corauci (PDT), Paulo Modas (Pros) e Adauto Honorato, o “Marmita” (PR). Segundo dados da administração municipal, dos 1.500 quilômetros de ruas e avenidas pavimentadas em Ribeirão Preto, 225 quilômetros, ou 15%, apresentam problemas como deteriorização ou buracos na malha viária.
Diariamente, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura, são fechados 800 buracos nas ruas e avenidas. Quatro equipes realizam este serviço e utiliza em média 34 toneladas/dia de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBQU). O Serviço de Atendimento ao Munícipe (SAM) também recebe uma média de 30 reclamações de buracos por dia pelo serviço telefônico 156.
Para tentar resolver esta demanda, a administração municipal afirmou que está intensificando as ações do serviço “tapa-buracos” e ampliando o recapeamento em várias regiões da cidade. De acordo com dados do governo, de 2017 até setembro de 2018 foram recapeados 200,58 quilômetros de vias públicas, com investimento superior a R$ 38,97 milhões.
Na manhã de quarta-feira (23), o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) deu início à segunda etapa das obras de recapeamento que irão abranger todas as regiões da cidade – Norte, Sul, Leste, Oeste e Central.
Com investimentos de R$ 2,7 milhões, vindos de recursos próprios da administração, serão recuperados 13 quilômetros de vias, em 53 trechos de 14 bairros. O processo licitatório tinha valor estimado em cerca de R$ 3,98 milhões, mas com o pregão eletrônico houve uma economia de 31,18% ao município, e a empresa foi contratada por R$ 2,74 milhões.