Tribuna Ribeirão
Saúde

RP é a 2ª em fertilização ‘in vitro’

A importação de sêmen para uso em reprodução huma­na assistida alcançou um índice recorde no Brasil em 2017. Se­gundo relatório divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foram emiti­das 860 autorizações de impor­tação de sêmen no ano, contra 436 do ano anterior, aumento de 97%. Dentre os estados, São Paulo foi o campeão, já que mais da metade do material foi im­portado por bancos de células e tecidos germinativos paulistas.

Como Ribeirão Preto é a se­gunda cidade com o maior nú­mero de fertilizações in vitro do estado de São Paulo, perdendo apenas para a capital, a proba­bilidade é de que boa parte do sêmen importado tenha sido re­quisitado pelas clínicas do mu­nicípio. “Apesar de a Anvisa não divulgar dados mais regionais, é possível afirmar que Ribeirão Preto tem um peso relevante na importação desse tipo de mate­rial biológico”, explica o médico Anderson Melo, especialista em reprodução humana assistida do Centro de Fertilidade de Ribei­rão Preto (Ceferp).

Doação de sêmen
O relatório da Anvisa aponta que 91% do sêmen importado é de doadores que apresentam características fenotípicas de ascendência caucasiana (cor de pele branca), sendo 45% com olhos azuis e 67% com cabelos castanhos. Além disso, o relató­rio também mostra que o perfil dos pacientes é composto por mulheres solteiras, seguidas pe­los casais heterossexuais. Já os casais homoafetivos de mulhe­res representaram 22% das im­portações em 2017.

“Normalmente, as pacientes que solicitam a importação de material biológico para repro­dução humana assistida esco­lhem o doador de acordo com as suas próprias semelhanças fenotípicas e também as de seus familiares”, comenta o médico. Ainda de acordo com ele, os brasileiros buscam opções de doadores de sêmen fora do país porque há maior quantidade em bancos internacionais, que ofe­recem ampla disponibilidade de acesso a informações que vão além das características físicas. “Há dados sobre característi­cas intelectuais e psicológicas, informações sobre a família do doador e também a possibilida­de de ver as fotos desse doador quando era criança.”

Inseminação intrauterina com sêmen doado
Após a escolha da amostra de sêmen de doador, o Banco de Sêmen enviará a amostra criopreservada à clínica de fer­tilização, que irá descongelá-la para processar e selecionar os espermatozoides, buscando encontrar os que possuem me­lhor qualidade.

Quando os espermatozoides estiverem preparados, a insemi­nação será realizada por meio de um cateter fino (onde estará o sêmen e um líquido especial que o mantém), introduzido até o útero. “Após a inseminação, a paciente poderá fazer uso de outro medicamento por via oral ou vaginal que será mantido até a oitava semana de gestação”, explica Melo. As taxas de su­cesso do ciclo de inseminação intrauterina variam de acordo com uma série de fatores, como a idade, por exemplo.

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