O Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, registrou alta no fluxo de passageiros e de cargas no ano passado em comparação com 2017. Os dados registrados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes e administradora do aeródromo – mostram que passaram pelo terminal 877.356 viajantes até 31 de dezembro de 2018.
No período anterior foram 867.544. O aumento é de 1,13%, com mais 9.812 passageiros – a média de embarque e desembarque é de 73.113 pessoas por mês e de 2.437 por dia, mais de 100 por hora. Em 2017 a mensal era de 72.295 e a diária, de 2.409 – 100 por hora. Os números colocam o Leite Lopes no primeiro lugar do ranking de movimentação entre os 20 aeroportos administrados pelo Daesp, sendo o quarto mais importante do estado, superado apenas pelos de Guarulhos (Cumbica), São Paulo (Congonhas) e Campinas (Viracopos).
Inaugurado em 1939, atualmente o Leite Lopes opera voos da aviação geral (executiva) e regulares de empresas aéreas como Latam, Passaredo e Azul, que trabalham com aeronaves como o Airbus A320, E195, E 190, ATR 72. O aeródromo atende em tempo integral com voos nacionais de passageiros e de cargas. Segundo dados do Daesp, o movimento em 2017 foi o pior em sete anos, com 867.544 pessoas.
Em comparação com 2016, quando 922.756 passageiros embarcaram ou desembarcaram no aeroporto de Ribeirão Preto, houve queda de 4,92% no ano passado, com 45.400 pessoas a menos. Com exceção de 2010 – quando o movimento caiu porque o aeroporto ficou fechado para obras –, o número também é inferior ao de anos anteriores desde 2011, quando 1.114.415 pessoas passaram pelo terminal, ainda assim um dos mais movimentados do interior paulista.
A queda em 2018 foi de 23,9%, com 267.059 passageiros a menos em comparação com 2011. No transporte de cargas, no ano passado o Leite Lopes movimentou 1.045 toneladas – cerca de 87 toneladas por mês, quase três por dia –, contra 877 toneladas de 2017 – 73 t por mês, aproximadamente 2.400 quilos por dia –, alta de 19,1% e acréscimo de 168 mil quilos. O melhor ano para o setor no aeroporto de Ribeirão Preto foi registrado em 2015, com 1.057 toneladas.
A assessoria de imprensa do Daesp informou ao Tribuna nesta quinta-feira, 17 de janeiro, por meio de nota, que as obras nas pista do Leite Lopes devem ficar prontas dentro de 30 dias, em meados de fevereiro. As intervenções tiveram início no final de setembro e prevêem a implantação de área de giro nas duas cabeceiras da pista, a instalação de acostamento nas pistas de taxiamento de aeronaves e reforço na pista que dá acesso ao pátio. A empresa responsável pela é a Talude Construções, de Barueri, vencedora do certame em 13 de agosto ao apresentar o valor de R$ 3,945 milhões, desconto de R$ 255 mil e 6% abaixo do estimado em edital, de R$ 4,2 milhões.
O objetivo da intervenção é proporcionar mais segurança e flexibilidade às operações, facilitando as manobras dos aviões. Já as principais intervenções, custeadas pela União, estão previstas para começar ainda neste ano. A expectativa é de que o aeroporto fique completamente pronto em 2021. O Estado vai investir, no total, R$ 8,8 milhões referentes à contrapartida aos R$ 79,2 milhões que serão repassados pelo governo federal, via Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República, projeto que totaliza R$ 88 milhões em investimentos, sobretudo no terminal de passageiros.
O diretor-presidente da Terminais Aduaneiros do Brasil (Tead), Carlos Ernesto de Campos, afirmou ao Tribuna em dezembro que o transporte internacional de cargas no Leite Lopes deverá começar em junho deete ano. Segundo ele, com o fim das obras de remodelação da pista será possível o pouso de aviões cargueiros modelos 767- 300k e Airbus 330, com capacidade para cerca de 50 toneladas cada. De acordo com o empresário, após o final das obras será preciso que a Anac certifique o aeroporto para o pouso destas aeronaves. A partir desta autorização serão resolvidas, segundo ele, outras pendências como a instalação de postos da Receita Federal e da Polícia Federal no local. “Estamos trabalhando com esta meta”, afirma.
Ele destaca que, a partir dos pousos destas aeronaves, Ribeirão Preto ganhará muito economicamente, já que cada uma tem capacidade para transportar 50 toneladas – 50 mil quilos – por viagem e que cada quilo transportado representa, em média, o valor de US$ 100, cerca de US$ 5 milhões por voo. “Ribeirão Preto aumentaria em muito sua arrecadação, seja com Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS), ou com o valor agregado que esta nova atividade traria para toda a região”, garante. Os voos internacionais terão como origem e destino Miami, na Flórida, nos Estados Unidos.